Vendas no varejo recuam 4,5% em março

Das oito atividades pesquisadas pelo IBGE, cinco ficaram negativas, com destaque para hiper e supermercados. Para Associação Comercial de São Paulo (ACSP), desempenho será melhor nos próximos meses

Estadão Conteúdo
09/Mai/2019
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Vendas no varejo recuam 4,5% em março
As vendas no varejo subiram 0,3% em março, comparado ao mês anterior, após terem ficado estáveis em fevereiro, divulgou nesta quinta-feira (9/05), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
A média móvel trimestral também variou 0,3%, depois de cair 0,6% em fevereiro. No primeiro trimestre do ano as vendas do varejo avançaram 0,2% em relação ao quarto trimestre. No confronto com o período de janeiro março de 2018, houve aumento de 0,3%.

Já comparado a março do ano passado, as vendas em março caíram 4,5%, interrompendo sete meses de alta com a variação negativa mais acentuada desde dezembro de 2016, quando registrou queda de 4,9%. 
 

Em relação ao dado mensal, a alta de 0,3% veio dentro do intervalo das expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast, de queda de 1,1% a elevação de 2,2%, mas aquém da mediana, positiva de 1,0%. Na comparação com março do ano passado, o resultado de -4,5% veio igual ao piso; o teto era de alta de 2,7% e mediana de -2,7%.

Quanto ao trimestre, a taxa de 0,2% veio pior que a mediana de 0,37% (intervalo de -0,40% a +1,00%). Em relação ao primeiro trimestre de 2018, a elevação de 0,3%, também ficou aquém da mediana de 0,90% das projeções (de -4,00% a +2,80%).

Nos últimos doze meses, a alta foi de 1,3%, registrando uma desaceleração em relação a fevereiro, quando obteve avanço de 2,3%. Essa taxa se mantém decrescente desde agosto de 2108, informou o IBGE. 
 
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Das oito atividades pesquisadas, cinco ficaram negativas, com destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, em queda de 0,4%, e combustíveis e lubrificantes, com recuo de venda de 0,8%.
 
VAREJO AMPLIADO
 
As vendas do varejo ampliado, que incluem veículos, motos, parte e peças e de material de construção tiveram alta de 1,1% em relação a fevereiro deste ano, após recuo de 0,5% no mês anterior. A média móvel do trimestre subiu 0,5%, contra a queda de 0,4% em fevereiro.

Em relação a março de 2018, as vendas do varejo ampliado despencaram 3,4%, interrompendo uma série de 22 taxas positivas.

No primeiro trimestre, o varejo ampliado acumulou alta de 2,3% na comparação com igual trimestre de 2018 e cresceu 0,3% ante o quarto trimestre do ano passado 2018. Ainda, acumulou ganho de 3,9% nos últimos doze meses. 

No comércio varejista ampliado, a venda de veículos, motos, partes e peças subiu 4,5% e a de material de construção teve alta de 2,1%, na comparação de março contra o mês anterior. 

Frente a março de 2018, a venda de veículos, motos, partes e peças caiu 1,2% e a de material de construção permaneceu estável. 
 
ANÁLISE DA ACSP
 
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) avalia que a queda de 4,5% nas vendas do varejo em março, apesar de elevada, não surpreende.

“Nosso Balanço de Vendas da capital já havia registrado queda de 4,4% em março, ou seja, já imaginávamos que o fato de o Carnaval ter caído nesse mês provocaria uma retração no setor. Mas os problemas do varejo vão além do Carnaval. Há questões estruturais da econômica que vêm restringindo a capacidade do comércio de crescer, como o desemprego alto, a queda na confiança do consumidor em março e os salários que cresceram pouco”, diz Marcel Solimeo, economista chefe da ACSP.

Ele chama atenção para o recuo no ramo supermercadista, que apresentou queda de 5,7%, devido à alta pontual no preço dos alimentos.

“Os próximos meses, porém, devem ter resultados positivos. Nosso Balanço de abril já mostrou uma alta de 3,7% e, em maio, haverá um efeito-calendário positivo, em decorrência de um dia útil a mais, além da greve dos caminhoneiros do ano passado, que reprimiu a base de comparação”, conclui.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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