Varejo: vendas acumulam alta de 2,8% até fevereiro
Para Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, o resultado deve ser visto com cautela porque decorre do chamado efeito-calendário
As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 2,80% no ano. No acumulado em 12 meses, houve avanço de 2,3%.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 0,80% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal.
As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 5,40% no ano. Em 12 meses, o resultado foi de avanço de 4,90%, segundo o IBGE.
Em dezembro de 2016, as vendas chegaram a ficar 13,4% abaixo do ápice da série histórica, iniciada em 2000.
"Estagnou em relação a janeiro, mas a gente não pode deixar de observar que houve crescimento antes. A gente não pode ignorar todo esse esforço que o varejo fez para recuperar (desde dezembro de 2016)", ponderou Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve recuo de 0,8% nas vendas em fevereiro. O volume vendido ficou 12,2% aquém do patamar recorde alcançado em agosto de 2012. Em setembro de 2016, as vendas operavam 22,2% abaixo do pico.
Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), avalia com cautela o aumento de 3,9% das vendas do varejo restrito. “O resultado deve ser visto com ressalva porque decorre do efeito-calendário, já que fevereiro de 2019 contou com dois dias úteis a mais”, diz.
Já sobre a estabilidade das vendas em fevereiro sobre janeiro, Solimeo frisa que acompanha o ritmo fraco, e abaixo das expectativas de recuperação da economia brasileira. “A perspectiva para os próximos dados do IBGE sobre o comércio é de volatilidade por conta de efeitos sazonais em março, abril e maio”, diz o economista da ACSP.
POR ATIVIDADE
Quatro entre as oito atividades do varejo registraram avanços nas vendas em fevereiro ante janeiro, segundo os dados do IBGE. Na média global, houve estabilidade (0,0%) no volume de vendas.
Entre os setores em expansão, o destaque foi para Tecidos, vestuário e calçados (4,4%), seguido por Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%).
As perdas ocorreram em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), Combustíveis e lubrificantes (-0,9%), Móveis e eletrodomésticos (-0,3%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,0%).
As vendas dos supermercados, atividade com maior peso na pesquisa, foram prejudicadas por uma elevação nos preços dos alimentos, informou Isabella Nunes. "Os preços afetaram o desempenho de supermercados tanto na comparação com ajuste sazonal quanto na interanual", observou Nunes.
Quanto ao comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume de vendas recuou 0,8% em fevereiro ante janeiro. As vendas de Veículos, motos, partes e peças caíram 0,9%, enquanto o setor de Material de construção teve redução de 0,3%.