Varejo se recupera, mas desempenho é desigual entre as atividades
Enquanto confecção, artigos para escritório e informática amargam desempenhos ruins, os segmentos de móveis e eletrodomésticos, farmácias e bens de uso doméstico ganham impulso
Em julho, o varejo restrito registrou alta de 5,5% sobre igual mês de 2019, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superando as expectativas.
Mesmo apresentando recuperação, o comportamento foi desigual. No cômputo anual, foi beneficiado pelo auxílio emergencial, os juros mais baixos e a adaptação ao e-commerce.
Por outro lado, influenciaram negativamente a queda do emprego, da massa de rendimentos e da confiança, destacam os economistas do Instituto Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
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O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, mostrou elevação de 1,6%. No acumulado do ano, houve recuos de 1,8% e 6,8%, respectivamente, enquanto em 12 meses, registraram-se crescimento de 0,2%, no
primeiro caso, e queda de 1,9%, no segundo.
No comparativo anual, se destacaram os setores supermercadista (com a maior influência positiva), seguido de móveis e eletrodomésticos, farmácias e bens de uso doméstico. O isolamento social e o home office impulsionaram as compras de alimentos, bens duráveis e artigos de uso pessoal.
A queda mais intensa foi observada no ramo de confecções, constituindo a maior contribuição negativa. Além disso, artigos de escritório e informática também foram afetados negativamente.
No varejo ampliado, as vendas de veículos seguem caindo, enquanto materiais de construção de novo surpreenderam positivamente, na esteira das adequações para o trabalho à distância.
No geral, os dados mostram que são cada vez menores os impactos do isolamento social. A perspectiva é de recuperação maior do que a esperada no começo do ano, com a flexibilização gradual das medidas de restrição - o que deverá minimizar a contração anual das vendas do varejo.
FOTO: Arquivo DC