Varejo paulista deve contratar cerca de 20 mil temporários
50% das vagas devem ser abertas pelo comércio de vestuário, tecidos e calçados para as festas de fim de ano, segundo a FecomercioSP

A contratação de temporários para o fim deste ano deve superar a criação de cerca de 15 mil vagas em 2015 e alcançar a marca de 20 mil empregos até dezembro. A estimativa é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A expectativa, segundo a entidade, é que as festas de fim de ano devem consolidar o movimento de retomada nas vendas do varejo paulista, com maior geração de empregos e renda.
Em nota, a FecomercioSP informou que aproximadamente 50% das oportunidades de trabalho devem se concentrar no varejo de vestuário, tecidos e calçados.
A projeção é que outros 25% das vagas serão geradas em supermercados, e as demais serão divididas entre os segmentos de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, lojas de móveis e decoração e farmácias e perfumarias.
A avaliação é que após um semestre de resultados negativos nas vendas e na geração de empregos, a resolução do quadro político proporcionou a recuperação dos indicadores de confiança de consumidores e empresários.
Outro sinal de melhora mencionado pela entidade foi o do mês de julho, quando o varejo paulista alcançou o primeiro saldo positivo do ano com a criação de 401 postos de trabalho.
"Diante da expectativa de recuperação das vendas do comércio nesse segundo semestre, mesmo que de forma tímida e gradual, e que deve continuar em 2017, a FecomercioSP pondera que a criação de vagas temporárias no varejo paulista deve ser maior do que a observada em 2015."
Além disso, as perspectivas mais positivas para a economia em 2017 apontam ao menos para uma mínima efetivação de funcionários temporários, de acordo com a avaliação da entidade.
Historicamente, após as festas de fim de ano, entre dezembro e janeiro, muitas dessas vagas são eliminadas, já que nem todos os empregados temporários são absorvidos pelas empresas.
Desta forma, janeiro costuma ser o mês no qual há maior eliminação de vagas formais no comércio varejista, resultado do desligamento de temporários.
Segundo a FecomercioSP, até 2013 era positivo o saldo líquido de vagas de fim de ano, que considerava a soma das contratações de outubro e novembro - período de admissão de temporários - com os de dezembro e janeiro do ano seguinte - que normalmente registram saldos negativos de vagas.
Essa média de quatro meses (outubro a janeiro) era de um saldo líquido positivo em 2.203 vagas até 2013. Isso mostrava que uma parte dos funcionários temporários eram efetivados em suas funções.
"Porém, o saldo acumulado entre outubro de 2014 e janeiro de 2015 foi negativo pela primeira vez na série histórica (contração de 4.100 vagas), reflexo do desaquecimento das vendas do comércio e das perspectivas negativas que já se desenhavam para 2015. Tal realidade piorou entre outubro de 2015 e janeiro de 2016, praticamente sem efetivações, o que gerou saldo negativo de 19.669 trabalhadores."
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o cenário deteriorou-se significativamente em 2015 por causa da inflação elevada, dos juros altos, da instabilidade política e do rápido crescimento do desemprego.
A queda das receitas somada ao aumento dos custos e à falta de perspectiva de recuperação das vendas levou os empresários do comércio a reduzirem despesas, o que, em muitos casos, significou diminuição do quadro de funcionários.
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