Supermercadistas creem em futuro nebuloso
Apesar de liderarem as vendas no varejo desde o início da pandemia, o setor enxerga uma estabilização e até queda nas vendas devido ao aumento do desemprego, que prejudica o consumo familiar
A pesquisa mensal da Associação Paulista de Supermercado (APAS) junto a seus associados aponta um aumento na neutralidade - de 31% em junho para 46% em julho - como os supermercadistas enxergam o futuro do segmento. O fator que causou maior impacto foi a expectativa de uma baixa atividade econômica do PIB no segundo semestre.
Apesar dos supermercados liderarem as vendas no varejo desde o início da pandemia, o setor enxerga uma estabilização e até queda nas vendas devido ao aumento de desemprego prejudicando o consumo familiar.
“Para muitos, o cenário ainda é nebuloso. Principalmente quanto ao comportamento do consumidor frente à abertura de outros varejos e o fim a da ajuda financeira do governo”, explica o presidente da APAS, Ronaldo dos Santos.
Sobre emprego, 89% os supermercadistas acreditam que neste momento deve manter o quadro de funcionários. Porém, a intenção de demitir aumentou 11%. Vale lembrar que o setor ainda lida com a necessidade de readequação do plantel de colaboradores em que muitos precisaram contratar temporários para atender aumento na demanda e repor colaboradores pertencentes ao grupo de risco que foram afastados.
Para os empresários, a expectativa de vendas para o Dia dos Pais será de crescimento de 0,5% em comparação ao ano passado. Historicamente, mais da metade das vendas ocorrem no período próximo à data que ocorre no domingo configurando uma celebração em família.
Em tempos de afastamento social e ‘lembrancinhas’, os supermercados apostam em vinhos e kits de cerveja, utilitários de churrasco, perfumaria, eletrônicos e vestuário em geral. “Durante a pandemia, nos meses anteriores, a venda de vinhos chegou a subir 60% no volume de vendas. A popularização torna o líquido um presente cada vez mais viável”, destaca Santos.
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VENDAS
O faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo, no conceito de mesmas lojas – que considera as unidades em operação no tempo mínimo de 12 meses – acumulou 7,35% de aumento. Nas vendas de maio, comparando os anos, 2020 segue 12,3% maior que 2019.
O dado mostra a importância do setor, que desde o início da pandemia está aberto por ser considerado um serviço essencial desde 2017 pelo governo federal. Os números já registravam aumentos desde fevereiro, destaca o presidente da APAS, Ronaldo dos Santos.
“Sem dúvida, o cenário da pandemia fez com que os supermercados recebessem o contingenciamento de gasto pelas famílias em bares, restaurantes e shoppings. Porém, a partir do próximo mês devemos notar uma queda devido à reabertura do comércio”, explica Santos.
O presidente destaca ainda que, apesar de uma inflação nos preços de 0,67% em maio/20, o volume de unidades vendidas aumentou 8,89% se comparado ao mesmo mês do ano anterior.
Analisando o comparativo do mês de maio entre anos e o acumulado de 2020, o interior registrou um índice de vendas superior ao Estado e à Grande SP. Destaque para a região de Campinas e Sorocaba que lidera no acumulado, com 13,9%. O menor resultado ficou com a região de Bauru e Marília.