Setor de móveis cresce 9,1% puxado pelo mercado interno, diz Abimóvel
Produção até agosto soma 287 milhões de peças. O mês responde por 41,1 milhões delas, recorde no ano
Nos primeiros oito meses do ano, a indústria de móveis e colchões no Brasil registrou crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período de 2023 e a produção somou 287 milhões de peças. O mês de agosto sozinho respondeu por 41,1 milhões delas, recorde no ano. Os dados são do mais recente relatório Conjuntura de Móveis, divulgado na segunda-feira (11) pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel).
Espera-se que a produção anual atinja mais de 420 milhões de peças, aumento de pelo menos 4% em relação a 2023. Com isso, a receita do setor deve alcançar R$ 85 bilhões, crescimento projetado de 4,9%. Segundo o presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz, a demanda doméstica conduziu o crescimento. O consumo interno cresceu 10,9% nos primeiros oito meses de 2024 comparado a 2023.
No varejo, em volume de peças, o mês de agosto teve queda nas vendas de 4,3% em relação a julho, mas expressiva alta superior a 12% sobre agosto do ano passado. No acumulado dos primeiros oito meses deste ano, as vendas subiram 5,8%. Já em termos de valores, houve recuo de 3,3% em relação a julho, mas alta de 6,8% no acumulado de oito meses sobre 2023.
Um importante indicador para o setor é a variação de preços em relação ao IPCA. Há um gap positivo para o consumidor, já que a inflação do setor acumulada entre janeiro e setembro está em 1,76%, contra 3,31% do IPCA como um todo, segundo o relatório Conjuntura de Móveis.
MERCADO EXTERNO
Se no mercado interno as notícias são positivas, no externo não estão ruins, mas poderiam ser melhores. A balança comercial no setor está positiva. Neste caso, os dados referem-se ao período entre janeiro e setembro. O acumulado é de US$ 546,7 milhões, leve avanço de 0,6% sobre igual período de 2023.
Já as importações cresceram muito mais. Apesar de os US$ 219,2 milhões importados representarem 40% frente às exportações, na comparação anual entre janeiro e setembro elas ficaram 38% maiores em relação ao ano passado.
Munhoz afirmou que o setor ainda enfrenta barreiras, especialmente logísticas. “Nossa infraestrutura portuária é cara, o que impacta nossas exportações. Se não fosse por isso, poderíamos estar ainda melhor.”
No caso das vendas ao exterior, os cinco principais em participação na receita no período janeiro a setembro foram Estados Unidos (30,3%), Uruguai (10,5%), Chile (7,5%), Reino Unido (6,4%) e Peru (4,5%).
Pelo lado das importações, a China domina (73,8%), seguida de longe por Áustria (7,0%) e Itália (5,8%).
“A diversificação do mix de produtos, a gestão sustentável e os investimentos em design, tecnologia e inovação têm sido fundamentais para a expansão contínua do setor brasileiro e a conquista de novos mercados.” Segundo a entidade, é fator-chave para isso o investimento em maquinário, estratégico tanto para expandir a capacidade produtiva quanto para fortalecer o potencial competitivo do setor. As importações de máquinas aumentaram 22% de janeiro a setembro de 2024 frente a igual período do ano passado.
EMPREGOS
Em agosto, o número de pessoal ocupado na indústria de móveis e colchões aumentou 1,9% na comparação com o mês anterior, e 6% acima de agosto do ano passado. Nos oito primeiros meses de 2024, o volume do emprego cresceu 7,5% sobre 2023. Hoje, o setor moveleiro no Brasil tem cerca de 21,7 mil empresas, empregando diretamente 270,2 mil trabalhadores e gerando 1,1 milhão de empregos indiretos.
IMAGEM: Rafael Hupsel/DC