Resultados de junho mostram que varejo ensaia recuperação
Segundo os economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), uso do auxílio emergencial para o consumo ajuda a explicar aumento nas vendas
Em junho, os resultados do varejo apontam para um início de retomada, que deverá continuar, de forma gradual, ao longo dos próximos meses, minimizando a contração anual esperada para o comércio.
A recuperação da confiança do consumidor e a nova redução da taxa de juros básica (Selic) são fatores que podem atenuar ainda mais essa contração.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em junho, o varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção) anotou leve alta de 0,5% sobre o mesmo mês de 2019, superando as expectativas, enquanto o varejo ampliado (que incorpora todos os segmentos) apresentou recuo de 0,9%.
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Em relação a maio, livre de efeitos sazonais, continuou a haver forte aumento dos volumes comercializados (8,0% e 12,6%, respectivamente).
Em 12 meses, seguiu havendo estabilidade no varejo restrito, e queda levemente mais intensa que a observada na leitura anterior, no caso do ampliado (-1,3%).
A melhora relativa dos resultados anuais decorre da existência de dois dias úteis adicionais, além da flexibilização das medidas de isolamento social, dos juros mais baixos e dos efeitos positivos do auxílio emergencial, que parece estar sendo direcionado em maior medida para o consumo.
Nessa mesma base de comparação se destacaram as vendas de itens considerados essenciais, no contexto do isolamento social e da instituição do home office: supermercados, móveis e eletrodomésticos, e bens de uso doméstico.
A queda mais intensa ocorreu no ramo de confecções, afetado negativamente pela quarentena e pelo fechamento das lojas físicas. No varejo ampliado, as vendas de veículos apresentaram queda menos intensa.
A surpresa positiva foi o aumento nas compras de itens de material de construção, usados em reformas e adaptação das moradias para o trabalho à distância.
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