Projeto Reconstrução prevê recuperar setor de bares e restaurantes

Iniciativa da AbraselSP aposta em parceria com grandes empresas e associações, como Ambev, Itaipava, Apas, Cerv Brasil, entre outras, para reestruturar o setor

Karina Lignelli
04/Nov/2020
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Projeto Reconstrução prevê recuperar setor de bares e restaurantes

O setor de bares e restaurantes, um dos mais afetados pela quarentena e as medidas de distanciamento, se movimenta em busca de recuperação - ou de "Reconstrução", nome do projeto da AbraselSP (associação do setor), lançado nesta quarta-feira (04/11), para estimular estabelecimentos a se reerguerem mais rápido. 

O projeto prevê capacitar quem continua na ativa para se adaptar à nova realidade, que para o setor se traduz em público ainda abaixo do esperado, faturamento médio que não ultrapassou os 40% e um saldo de cerca de 30% de pontos encerrados no estado de São Paulo. 

A iniciativa fará parcerias com marcas como Ambev e Itaipava, Sebrae-SP e entidades como Apas (Associação Paulista de Supermercados), Cerv Brasil e Abrabe, entre outras, para reestruturar o setor em novas bases. 

O plano de ação se baseia na estratégia de impedir novos custos e possíveis obstáculos ao desenvolvimento de bares, restaurantes e similares no atual momento, aumentando qualificação, foco em inovação e estímulo à procura por seus serviços, do retorno da clientela e do turismo.  

LEIA MAIS:  Por que há bares e restaurantes que preferem não abrir as portas? 

Como os recursos estão escassos, a ideia é trabalhar o aprimoramento de gestão, comunicação e ampliação de conhecimento sobre as mudanças no mercado. As parcerias também devem criar condições para manter as empresas abertas via captação de investimentos, com geração de empregos e qualificação dos serviços.   

"Não queremos mais custos que elevem preços: nós não suportamos mais, e os clientes também não suportam", diz Percival Maricato, presidente do Conselho da AbraselSP. "O que nos resta é nos aprimorar para essa nova realidade mais difícil, e disseminar informação para mostrar como sobreviver nesse ambiente."

Ao citar os 70% de estabelecimentos que buscaram crédito na quarentena e tiveram o pedido negado, Maricato afirma que a alimentação fora do lar hoje se assemelha à Europa do pós-Segunda Guerra: arrasado. 

"Por isso, o "Reconstrução" começa por algo parecido com o que fizeram por lá (o Plano Marshall), quando não havia dinheiro, mas era preciso atacar o conjunto de problemas para resolvê-los", destaca.  

PROJETOS ESPECIAIS

O projeto da AbraselSP, que pretende reunir proprietários de bares e restaurantes, chefs, funcionários, fornecedores de produtos e serviços, consultorias, faculdades de gastronomia e gestão, jornalistas e mídias especializadas para impulsionar essa ação coletiva, terá ainda duas outras vertentes: 

1 - Tornar o setor formador de opinião no combate à pandemias

Baseado na forma que os estabelecimentos foram afetados, será desenvolvido um projeto especial para transformar cada empreendedor, trabalhador e fornecedor em um formador de opinião, na divulgação de cuidados que devem ser adotados para evitar a contaminação e o risco de volta da doença.

Segundo o presidente do Conselho da AbraselSP, o setor oferece ocupação direta a 3,6% da população, e o que não pode acontecer é a volta do vírus. "Não podemos baixar a guarda: vamos trabalhar em conjunto para conscientizar as famílias, os clientes e os demais cidadãos onde esses estabelecimentos atuam."  

2 - Aumentar a clientela do setor de alimentação fora do lar

Outro projeto especial será a campanha para não só trazer de volta a antiga clientela do setor, como aumentá-la, reconquistando a confiança, oferecendo produtos e serviços de melhor qualidade e menor preço. 

"A ideia é divulgar promoções para atraí-los, e mostrar para esse consumidor que ele está seguro ao frequentar bares e restaurantes preparados para combate ao vírus", completa Maricato. 

De acordo com AbraselSP, a previsão é que o Projeto Reconstrução atinja pelo menos 50 mil estabelecimentos em todo o Estado de São Paulo, além de levar a ação às seccionais da entidade nacional em outros estados.  

FOTO: Tânia Rego/Agência Brasil

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