Produção industrial cresce 0,1% em outubro, diz IBGE

A leve alta teve forte contribuição da produção de alimentos, que avançou 1,6% na variação mensal. Juros ainda elevados afetam dinamismo do setor industrial

Estadão Conteúdo
01/Dez/2023
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Produção industrial cresce 0,1% em outubro, diz IBGE

A produção industrial subiu 0,1% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta sexta-feira, 1/12, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a outubro de 2022, a produção subiu 1,2%. 

A expansão de 1,6% registrada na produção de alimentos deu a principal contribuição para manter o desempenho da produção industrial em território positivo em outubro ante setembro. 

Na média global, a indústria cresceu 0,1%, com avanços em 14 dos 25 ramos pesquisados, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo IBGE. 

Em outubro, além da contribuição decisiva dos alimentos, as demais principais influências positivas sobre o total da indústria partiram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,7%), máquinas e equipamentos (2,4%), produtos de metal (2,3%), veículos automotores, reboques e carrocerias (0,9%), bebidas (1,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,3%) e produtos de borracha e de material plástico (1,3%). 

Na direção oposta, entre as 11 atividades com recuo na produção, os destaques negativos foram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%) e indústrias extrativas (-1,1%). Houve perdas relevantes também em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%) e impressão e reprodução de gravações (-5,8%).

Na comparação com outubro de 2022, a alta foi de 1,2% na produção industrial. Nessa comparação houve expansão em 12 dos 25 ramos industriais investigados na Pesquisa Industrial Mensal. 

BAIXO DINAMISMO

Apesar do início do ciclo de afrouxamento monetário, os juros elevados permanecem afetando decisões de consumo e investimentos, ajudando a manter a tendência de menor dinamismo na produção industrial brasileira ao longo de 2023, avaliou André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. 

"Esse é um fator importante a ser considerado para que a gente entenda essa característica de menor intensidade do setor industrial ao longo de 2023", afirmou Macedo. 

Apesar do início em agosto dos cortes na taxa básica de juros, a Selic, a política monetária permanece restritiva, trazendo ainda reflexos negativos para o setor industrial, avaliou o pesquisador. 

"A taxa de juros mais elevada afeta o comportamento das famílias em decisões de consumo, afeta a produção", disse Macedo. "No caso de empresas, afeta a confiança, decisões do empresariado de investimentos." 

Ele reconhece que o efeito positivo sobre a atividade econômica do afrouxamento monetário já em curso pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central se dá com alguma defasagem de tempo. 

"De fato tem defasagem em relação a tomadas de decisões e efeitos não só na produção industrial, mas na economia. É possível que venha a acontecer, mas a gente não tem como afirmar", ponderou Macedo. "A gente sabe que tem ali uma defasagem temporal. A trajetória descendente da taxa de juros claro que tem reflexo sobre confiança não só do consumidor, mas também do empresariado. Você tem algumas notícias que trazem algum alento, mas isso ainda não tem efeito direto sobre a trajetória do setor industrial ao longo de 2023." 

Em outubro de 2023, a produção estava apenas 0,3% acima do nível de dezembro de 2022, indicando um "comportamento de estabilidade" neste ano, frisou André Macedo. 

"A indústria mantém aquele comportamento de menor intensidade, variações muito próximas da estabilidade, que acaba sendo uma marca do ano de 2023 para o setor industrial", resumiu Macedo. 

Em outubro, a indústria brasileira operava 18,1% aquém do pico alcançado em maio de 2011. "Há um espaço importante ainda a ser recuperado por esse setor industrial das perdas relevantes do passado recente", disse Macedo. 

 

IMAGEM: Monalisa Lins/AE

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