Presidente da ACSP é condecorado com Colar Carlos de Souza Nazareth
A honraria foi criada pela ACSP para homenagear pessoas físicas e jurídicas que se destacam pela prática de ações em prol do bem comum

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por meio do seu Comitê de Civismo e Cidadania (COCCID), condecorou o presidente da entidade, Roberto Mateus Ordine, com o “Colar Carlos de Souza Nazareth”.
Desde 2002, ano em que foi criado o COCCID, os conselheiros incluíram entre os objetivos do comitê a instituição de uma honraria destinada a homenagear pessoas físicas e jurídicas que se destacam pela prática de ações de relevo em prol do bem comum, inspiradas no civismo e aperfeiçoamento da sociedade.
Carlos de Souza Nazareth foi figura providencial durante toda a campanha constitucionalista paulista no início da década de 1930, dando todo apoio logístico e sistema de suprimentos ao exército constitucionalista.
Na ocasião da outorga da homenagem, que aconteceu na última terça-feira (20), Ordine se disse prestigiado com a honraria. “Acompanhei o nascimento dessa outorga, porém, nunca imaginei receber a condecoração”, relatou. “É com muita alegria e humildade que recebo esta homenagem”, complementou.
Também receberam o Colar Carlos de Souza Nazareth o presidente da Sociedade Veteranos 32 (M.M.D.C.), Carlos Alberto M. Romagnoli, e o vice-presidente da ACSP e coordenador do COCCID, Samir Nakhle Khoury.
A ACSP, que teve papel importante na luta pela liberdade e autonomia do Estado, homenageou também três instituições que estiveram ligadas ao movimento revolucionário: a Universidade Presbiteriana Mackenzie; a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e o Clube Atlético Paulista.
A solenidade de condecoração da honraria foi brindada com a palestra da presidente do Instituto Ives Gandra de Direito, Filosofia e Economia, Dra. Angela Gandra Martins, que contextualizou o impacto das tecnologias nas famílias, momento em que explicou: “a excelência humana é uma completude, assim, quando temos fragmentação e enfraquecimento de nossos vínculos familiares, perdemos também essa unicidade presente em cada ser humano”, fundamentou.
ACSP NA REVOLUÇÃO
Em 1932, sob a presidência de Carlos de Souza Nazareth, a ACSP participou das tentativas de diálogo com o governo ao lado de outras lideranças, reivindicando respeito a São Paulo e à autonomia do Estado - o que vinha sendo negado pelo então presidente Getúlio Vargas, que revogou a Constituição e centralizou a administração política e econômica do país.
Quando ficou evidente que não havia possibilidade de acordo com Getúlio, a Associação, acompanhando o sentimento geral da população paulista, engajou-se na campanha pela defesa de uma Constituinte imediata, que culminou na deflagração da Revolução.
A entidade assumiu funções de suporte ao movimento: cuidou das finanças, da intendência e do abastecimento; colaborou para o alistamento; ajudou na captação e distribuição de donativos. Fez também a campanha "Ouro para o bem de São Paulo", cujos recursos remanescentes foram doados à Santa Casa de Misericórdia.
Vencido no campo militar devido à superioridade de recursos do governo federal, o estado de São Paulo foi vitorioso no plano moral por lutar pelo Estado e pelo Brasil. Por ter assumido a responsabilidade pela participação das classes empresariais paulistas na Revolução, Carlos de Souza Nazareth foi preso e exilado. Mas viu seus ideais vencerem, quando em 1934 foi convocada a Constituinte, pela qual ele tanto lutara.
IMAGEM: ACSP/divulgação