Pior a emenda do que o soneto
O grande problema do Brasil é que as soluções para os problemas criados pela alta burocracia estatal são sempre parte desse problema, e jamais uma solução.
E antes que algum de nossos supremos togados resolva me processar por ataque à “honra institucional” do Supremo Jeitinho, vou logo adiantando que minha livre expressão de opinião é garantida na Constituição que eles dizem defender e lhes é integralmente negativa.
Lamento, mas se dirige às pessoas de seus atuais ministros, mais conhecidos como 'sinistros' no território livre das redes sociais, e ocupantes temporários do Egrégio Pretório, e não contra a instituição em si que, de resto, estou para saber se pode mesmo merecer os atributos de alguma forma de honorabilidade, salvo por via de barrocas metonímias, figuras retóricas de duvidoso gosto e cabimento.
Pois o que define o capítulo V do Código Penal são os crimes contra a honra da pessoa tout court e, não por metonímico puxadinho, para entes inanimados e abstratos como quer o barroquista vício de transbordamento hiperbólico da retórica coletivista.
Pois coletivistas e socialistas, sejam carnívoros petistas ou vegetarianos peessedebistas, são a maioria dos supremos togados, indicados por escusos interesses politiqueiros de nossos últimos governantes esquerdopatas, passando longe de quaisquer resquícios de reputação ilibada ou notório saber jurídico.
Nomearam apenas os compadres de confiança. E aí, deu no que deu. A atual composição de nosso Supremo de Frango tem sido a mais desmoralizada da história em miríades de posts das redes sociais. Não fosse também o plenário de composição o mais medíocre da história da instituição, desde o Império.
Vide, a título de mero exemplo, a composição dos ministros da Casa de Suplicação, antecessora do atual Supremo, no período imperial de nossa história - para não falar do Senado Federal ou do Conselho de Ministros, com estadistas do porte de um José Bonifácio de Andrada e Silva, cientista-membro das academias de ciências da Alemanha, Inglaterra e Áustria.
Ou Joaquim Nabuco, fundador da Academia Brasileira de Letras, correspondente na Inglaterra e embaixador dos Estados Unidos. Ou mesmo José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, economista introdutor do pensamento de Adam Smith no Brasil e, como jurista, primeiro tradutor da obra de Edmund Burke para o português.
Um dos mais evidentes sinais da decadência cultural que trinta anos de ocupação de poder nos legou às hostes governantes esquerdistas brasileiras é a tentativa de explicação do atual encarregado das eleições municipais sobre ataques cibernéticos, justificando mais um inquérito aberto pela Policia Federal - uma vez que a explicação para a lambança da totalização centralizada e travada das eleições municipais deste ano não convenceu ninguém, provocando apenas memes de chacotas das mais risíveis nas redes sociais.
Uma das mais sagazes explica a diferença entre a fraude eleitoral americana e a fraude eleitoral brasileira. A primeira, termina na Suprema Corte americana, enquanto a daqui do Brasil começa na Suprema Corte. Assinado, o cidadão curitibano Roberto Legey, conhecido ativista com milhares de seguidores nas redes sociais.
O que nos leva ao senso comum de que o grande problema do Brasil é que as soluções para os problemas criados pela obesa alta burocracia estatal são sempre parte do problema, e jamais uma solução. Ou, como no dito popular, pior a emenda que o soneto.
E o circo deve continuar mais animado ainda para este segundo turno no que tange a acirrada disputa, sobretudo nas capitais do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pernambuco.
A esquerda prometendo mundos e fundos na maior cara de pau, apostando na memória curta do eleitorado e na falta de cobrança de promessas ocas no decorrer dos mandatos por uma criminosa parcialidade da grande mídia profissional, e dos deformadores de opinião da academia infiltrada de ativistas progressistas.
Segundo a economista Zeina Latif, no Estadão, as promessas de Guilherme Boulos, por exemplo, são inexequíveis. O jovem demagogo, tido como o novo Lula da atual geração, reproduz o discurso da velha esquerda que não acredita em restrição orçamentária e acha que tudo se resolve com mais recursos caídos dos céus.
A lista de promessas de campanha é inexequível, pela escassez dos orçamentos públicos e, acima de tudo, por contemplar medidas tecnicamente equivocadas. Para cobrar a dívida ativa, em boa medida irrecuperável neste país de crises frequentes, Boulos promete contratar mais procuradores.
Para reduzir a população de rua, propõe usar a rede hoteleira e contratar mais agentes de assistência social. Para a segurança pública, mais policiais. Para a saúde, mais médicos. E por aí vai. Soluções de aparelhamento da máquina pública, jamais inovadoras.
Quando a direita não cumpre com seu dever de explicitar a verdade dos números, a esquerda vence com a farsa retórica barroquista! Ou aprendemos esta amarga lição da história das democracias, ou continuaremos a marchar um passo à frente e dois outros atrás.
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