Os
pagamentos móveis via app vêm apresentando grande expansão - movimento que deve ser impulsionado no pós-covid pelo mundo
low touch (ou aproximação mínima), que evolui na esteira das preocupações dos consumidores com sua saúde.
De acordo com a segunda edição do estudo "Panorama dos meios de pagamento no varejo brasileiro", desenvolvido pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) em parceria com a OfferWise, a adoção de meios de pagamento como apps e carteiras digitais foi acelerado pela pandemia: 70% das empresas entrevistadas fizeram alguma mudança em sua estratégia de meios de pagamento nos últimos 12 meses, e 58% modificaram suas estratégias para lidar com os efeitos da covid-19. Carteiras digitais, parcerias com marketplaces e empresas de cashback e QR Codes são as principais respostas do varejo para lidar com os efeitos do coronavírus.
"O uso mais intenso de meios de pagamento digitais é positivo para a economia do País, pois aumenta a formalização do mercado e torna mais fácil alcançar a população desbancarizada", analisa Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Para ele, carteiras digitais e pagamentos via app não são mais uma tendência, como eram na primeira edição do estudo, de 2018. "Não é exagero dizer que avançamos cinco anos em cinco meses. A covid-19 acelerou a transformação digital do varejo e a adoção de novos hábitos pelos consumidores", afirma.
O estudo fez uma radiografia dos principais meios de pagamento que são utilizados por consumidores e empresas do setor, mostrando que os meios digitais ganharam espaço nos últimos dois anos.
Atualmente, 21% dos consumidores realizam pagamentos via aplicativo, índice que era de apenas 4% em 2018. A opção de pagamento móvel é oferecida por 62% das empresas, conta 13% há dois anos.
A pandemia também provocou uma aceleração no uso de meios alternativos, como o cashback, que saltou de 17% para 25%. Cupons de descontos e programas de fidelidade mantiveram índices semelhantes ao da edição anterior do estudo (31% e 22%, respectivamente).
Por outro lado, 43% dos consumidores entrevistados dizem não usar nenhum desses meios de pagamento. "Essa é uma oportunidade para o varejo se fazer mais presente na vida dos clientes, oferecendo conveniência e vantagens financeiras como forma de criar um relacionamento mais sólido", comenta o presidente da SBVC.
O estudo mostra que o tipo de pagamento utilizado pelos clientes varia conforme o tipo de compra e produto: normalmente, bens duráveis são pagos com cartão de crédito (muitas vezes parcelado), enquanto para as compras de consumo imediato o pagamento nas lojas físicas é realizado com cartão de débito ou dinheiro.
Para as compras online, o cartão de crédito é o principal meio. "A relevância do meio de pagamento é muito mais cultural do que tecnológica, e sua evolução dependerá do comportamento das próximas gerações (nativas digitais) e de sua aceitação de meios de pagamento mais convenientes, integrados ao smartphone ou wearables", diz Terra.
O estudo ainda verificou que as criptomoedas não encontram interesse dos consumidores: 47% se recusam a usar esse meio de pagamento. Já o varejo, que indicava na edição 2018 do estudo a possibilidade de passar a usar criptomoedas, mudou seu foco para outros meios que têm mais possibilidade de aceitação pelos clientes.
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