Lucro com bitcoin financia casamento de R$ 750 mil
O casamento, em MS, teve show da dupla Bruno e Marrone e todos os dez padrinhos embarcaram para a lua de mel coletiva, com as despesas da viagem pagas pelos noivos
A última sexta-feira (22/12), vai ficar na memória dos investidores de bitcoin José Aparecido Maia dos Santos, de 48 anos, e Divina Inácia de Souza, de 44.
Mas não foi pelo pior revés da história da moeda virtual, que até então disputava um rali sem precedentes de valorização. Calhou que no dia exato em que o bitcoin perdeu 35% de seu valor de mercado, eles resolveram se casar.
Com direito a festa milionária e lua de mel coletiva, tudo bancado à vista, com os lucros realizados, adivinha do quê? Sim, do bitcoin.
Segundo eles, o casório custou R$ 750 mil no total. Divina entrou com vestido importado de Barcelona. Os convidados se serviram de uísque importado, vinho de primeira e drinques da moda.
E todo mundo desfrutou da decoração preparada pelo cerimonialista Antônio Osmanio, que já trabalhou com o governador e Chitãozinho & Xororó.
Por falar em música, o show para 400 convidados foi da dupla Bruno e Marrone. Eles cobraram R$ 310 mil entre custos de deslocamento e cachê para uma apresentação de 1h45 minutos.
O pagamento poderia ser feito em dinheiro, cheque ou em bitcoin. "Eles cobram 1 bitcoin por apresentação", conta José Santos.
E neste sábado (23/12), às 20h, o casal e todos os dez padrinhos embarcaram para a lua de mel coletiva, com as despesas da viagem pagas pelos noivos. O grupo vai para Itapema (SC), para festejar Natal e réveillon. Depois, todos vão embarcar para um cruzeiro pela costa nacional.
"A gente ficou rico. Minha mulher sempre quis um casamento assim, com o show do Bruno e do Marrone. Com essa valorização do bitcoin, realizamos o nosso sonho", diz ele, que conta ter hoje alguns milhões de reais na conta bancária, mas que prefere não revelar por questões de segurança.
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José e Divina estão juntos há 23 anos e têm quatro filhos. Eles se conheceram em um ônibus, na cidade de Campo Grande (MS). Contam que tinham uma vida de classe média, trabalhando na construção civil.
Até que em 2015, em meados do ano, resolveram investir algum dinheiro. Tinham dois carros, um que valia R$ 30 mil e outro que na tabela Fipe era avaliado em R$ 35 mil.
Venderam o mais caro por R$ 22 mil e com o dinheiro compraram a moeda virtual, que vinha se valorizando um pouco mais do que a renda fixa até então.
"Na época um bitcoin custava R$ 1,6 mil. Neste ano chegou a passar de R$ 50 mil", diz ele.
Com a conta bancária cheia - ele diz que continua comprando bitcoins e outras moedas virtuais -, o casal diz que quer se divertir.
Não tem nem seis meses eles partiram para um cruzeiro para o Caribe. Agora o casamento dos sonhos e, no futuro, o que vier à cabeça.
"Eu faço umas 90 cerimônias por ano. Posso dizer que o José e a Divina têm muito dinheiro. Pagaram tudo à vista. Eu parei de contar quando a conta chegou a R$ 680 mil", diz o cerimonialista Antônio Osmanio. "Foi uma festança."
FOTO: Antonio Osmanio/Estadão Conteúdo