Justiça liberta executivo brasileiro no Japão
Carlois Ghosn estava preso em Tóquio desde 19 de novembro, sob a acusação de ter subnotificado seus rendimentos e de ter transferido recursos ilegalmente para a Arábia Saudita
O Tribunal de Tóquio aceitou nesta terça-feira (5/03) um pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-presidente da Nissan, da Mitsubishi e da Renault Carlos Ghosn, suspeito de fraude fiscal, mediante pagamento de fiança de 1 bilhão de ienes (cerca de R$ 33,7 milhões, pela cotação atual).
O executivo brasileiro de 64 anos estava preso na capital do Japão desde 19 de novembro, sob a acusação de ter subnotificado seus rendimentos e de ter transferido recursos ilegalmente para a Arábia Saudita.
A Justiça já havia negado dois pedidos de liberdade, mas desta vez aceitou as novas condições sugeridas pelo advogado de defesa Junichiro Hironaka, que assumiu a função em fevereiro passado, após a saída de Motonari Otsuru.
LEIA MAIS: 'Erro o tempo todo, aprendo porque erro'
Ghosn terá de submeter suas comunicações online a controles dos promotores e terá seus deslocamentos vigiados por câmeras de segurança. Segundo Hironaka, no entanto, não há tempo hábil para tirar o executivo da cadeia já nesta terça-feira.
Os advogados da família Ghosn em Paris já haviam apresentado uma petição ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos questionando o período excessivo de prisão preventiva, superior a 100 dias.
Em função do escândalo, o brasileiro foi demitido da presidência da Nissan e da Mitsubishi e renunciou ao comando da Renault - as três montadoras formam uma aliança automotiva. Ghosn alega inocência e diz ser vítima de "complô" e "traição" por parte dos executivos da Nissan, que planejam mudar os termos da parceria com a Renault.
Atualmente, a montadora francesa tem 43% das ações do grupo japonês, com direito a voto, enquanto a Nissan, que é mais lucrativa, possui 15% da Renault, sem direito a voto.
FOTO: Divulgação