Indústria pode levar oito anos para se recuperar da crise

Mesmo com alta de 2% em fevereiro, o setor industrial ainda está 16,3% abaixo do seu pico de desempenho, atingido em maio de 2011

Emílio Alfieri
03/Abr/2019
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Indústria pode levar oito anos para se recuperar da crise

O Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE) acaba de publicar os dados da indústria de fevereiro, que mostraram um leve crescimento, de apenas 2%, ajudado por um efeito calendário de dois dias úteis a mais pela ausência do Carnaval.

Outro dado preocupante é a constatação de que o setor está 16,3% abaixo do pico histórico atingido em maio de 2011.

Após um período de estagnação, seguido por uma grande recessão, o setor se recupera muito lentamente. Neste ritmo, de 2% ao ano, vai demorar quase oito anos para o setor industrial sair do buraco.

Essa realidade pode ser observada quando confrontamos os dados atuais de crescimento das quatro categorias de bens produzidos pela indústria com seus melhores resultados históricos (veja o quadro).

 

Nesse cruzamento observamos que a categoria Bens de Capital (como máquinas e equipamentos), mesmo tendo crescido 7% em fevereiro deste ano em relação a igual mês do ano passado, ainda está com um desempenho 36,3% abaixo do observado em setembro de 2013, quando atingiu seu auge.

Por outro lado, a categoria que agrega os Bens Semiduráveis (como calçados e roupas) e os Não Duráveis (com alimentos) recuou menos, 10,7%, em relação à sua máxima histórica.

Porém, o caso mais curioso é observado na categoria de Bens Intermediários (como autopeças e matérias-primas), que não conseguiu iniciar o ano com bons resultados, tanto que em fevereiro registrou queda de 0,4% em relação a igual mês do ano passado, e está hoje 15,8% abaixo do seu resultado mais significativo. Nesse ritmo, essa categoria corre o risco de nunca sair do buraco.

Em síntese, neste ritmo de crescimento, três das categorias da indústria podem demorar de dois a cinco anos para se recuperar totalmente.  Já, as autopeças e as matérias-primas precisam de mais estímulos.

Conjuntamente com a reforma da Previdência deve-se estudar medidas de estímulos monetários e/ou fiscais.    

 

IMAGEM: Thinkstock

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