Indústria de transformação paulista fecha 11 mil postos

A Fiesp mantém a previsão de fechamento de 165 mil vagas de trabalho na indústria paulista neste ano. Em 2015, 235,5 mil postos já tinham sido encerrados

Estadão Conteúdo
15/Set/2016
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Indústria de transformação paulista fecha 11 mil postos

A indústria de transformação paulista fechou 11 mil postos de trabalho em agosto, o que corresponde a um recuo de 0,49% em relação a julho, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 15, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com ajuste sazonal, o nível de emprego no setor apresentou queda de 0,27% na mesma base de comparação.

"É uma continuidade, um sinal de que o emprego continuará caindo e, infelizmente, isto deve prosseguir até o final do ano", afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, que não vê tendência de reversão de cenário.

A entidade mantém a previsão de fechamento de 165 mil vagas de trabalho na indústria paulista neste ano. Em 2015, 235,5 mil postos já tinham sido fechados. "Este ano, vamos perder três estádios de futebol, destes construídos para a Copa, cheios de trabalhadores da indústria", comparou Francini.

Ele lembra que o emprego é a última variável a sofrer e a se recuperar dos efeitos de uma crise econômica. "Por enquanto, estamos vendo apenas redução da taxa de queda", conclui.

Dos 22 setores monitorados pela pesquisa, 16 tiveram queda do nível de emprego no mês passado, com destaque negativo para produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos), onde foram extintos 2,19 mil postos.

Na indústria de produtos alimentícios de São Paulo, foram cortadas 1,98 mil vagas e nas fábricas de produtos de borracha e de material plástico, 1,62 mil postos. Três setores ficaram estáveis e outros três apresentaram variação positiva na ocupação durante agosto, informa a Fiesp.

Das 36 regiões consideradas no levantamento, 28 apresentaram variação negativa no nível de emprego, enquanto quatro registraram aumento de vagas e outras quatro ficaram estáveis.

PIB

Junto com a pesquisa sobre o nível de emprego na indústria paulista em agosto, a Fiesp anunciou nesta quinta uma revisão de sua expectativa ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Agora, a entidade prevê queda de 3% na atividade econômica em 2016, um pouco menos intensa do que a retração de 3,2% da projeção anterior, divulgada em junho.

Para 2017, a Fiesp revisou de 0,6% para 0,9% sua previsão de crescimento do PIB."Quando projetamos cerca de 1% de crescimento, podemos dizer que paramos de cair. Mas a recuperação será vagarosa", comentou Paulo Francini.

Outro índice mostra que a atividade econômica iniciou o primeiro mês do terceiro trimestre com modesta queda.

De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal), houve recuo de 0,1% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal.

Em relação ao sétimo mês de 2015, contudo, o índice mostra que a atividade teve contração de 3,2%. No acumulado do ano até julho, a atividade econômica apresenta declínio de 4,4%.

O recuo da economia no sétimo mês de 2016 reforça a percepção de que a recessão pode se estender por mais um trimestre, antes de sinalizar estabilização, conforme a Serasa. De acordo com a entidade, o avanço do desemprego e a inflação e os juros elevados continuam afetando negativamente a atividade econômica.

FOTO: thinkstock

Atualizado às 17h15

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