Guia orienta bares e restaurantes a lidarem com o coronavírus

Lançado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, e-book fornece informações sobre a Covid-19 e dicas de boas práticas no setor. Decreto da prefeitura paulistana contempla parte das recomendações da cartilha

André de Almeida
19/Mar/2020
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O segmento de alimentação fora do lar já começou a ser impactado pela disseminação do novo coronavírus, já que muitas pessoas, seguindo recomendações das autoridades de saúde, estão evitando sair de casa como forma de se protegerem.

Para tentar minimizar os prejuízos e ao mesmo tempo orientar os estabelecimentos do setor, a Abrasel desenvolveu um e-book sobre como bares e restaurantes devem lidar com a Covid-19.

O guia prático traz informações gerais sobre o novo coronavírus e oferece dicas de cuidados e boas práticas.

Segundo o presidente-executivo da entidade, Paulo Solmucci, o desafio é garantir que clientes de bares e restaurantes possam conviver em um ambiente de segurança.

“Buscamos conhecer as melhores práticas adotadas em todo o mundo sobre medidas que julgamos necessárias e suficientes neste momento para o enfrentamento do vírus”, afirma.

DISTANCIAMENTO

A recomendação da Abrasel neste momento é que os estabelecimentos reduzam um terço de suas mesas para assegurar que a distância entre cadeiras ocupadas seja de no mínimo um metro. Ou que a distância entre as mesas sem as cadeiras seja de dois metros.

A prefeitura de São Paulo assinou um decreto nesta quarta-feira (18/03) que, para continuarem funcionando, os restaurantes e lanchonetes da cidade terão que obedecer a distância mínima de um metro entre as mesas.

Outra proposta da entidade é escalonar o horário de almoço nas empresas em todo o País. Assim, ao invés das empresas liberarem todos os seus funcionários no mesmo horário – às 12h, por exemplo – haveria três turnos de almoço: o primeiro às 11h30, outro às 12h15, e o terceiro a partir das 13h.

 “Com isso o setor, mesmo reduzindo a sua oferta, garantirá a capacidade de todos que buscam se alimentar”, defende Solmucci.

BOAS PRÁTICAS

Todos os bares e restaurantes, de forma geral, já possuem suas próprias práticas de manipulação de alimentos e mecanismos de limpeza para lidar com questões de bactérias e vírus.

No entanto, a Abrasel recomenda alguns pontos a serem adotados, tanto em relação ao trabalho nos estabelecimentos, como na relação cotidiana com os clientes.

O primeiro deles é conversar com os funcionários e explicar para eles a importância de seguir os procedimentos de higiene na cozinha, no salão e no escritório.

Lavar as mãos é fundamental, tanto para os funcionários da cozinha e atendimento, quanto para os clientes. Para isso, as pias devem estar frequentemente abastecidas com sabão, papel-toalha e álcool em gel 70%.

Higienizar copos, pratos e talheres da maneira correta também é item obrigatório. O funcionário encarregado de manipular itens sujos, como retirar restos de alimentos, deve sempre usar luvas.

Já o encarregado de disponibilizar talheres, copos e pratos nas mesas, deve lavar bem as mãos antes de manipular esses utensílios. Em restaurantes self-service, por exemplo, os talheres podem estar dentro de saquinhos de papel ou plástico. Nos “à la carte”, os itens devem ser colocados à mesa só na hora do serviço.

Por fim, é importante manter o ambiente da cozinha e do salão bem ventilados. Quando do uso do ar condicionado, deve-se manter os filtros limpos e a manutenção do aparelho em dia.

O decreto assinado pela prefeitura paulistana também contempla a intensificação das ações de limpeza, a disponibilização de álcool gel aos clientes, além de informações sobre a Covid-19 nos estabelecimentos.

DIÁLOGO

Paralelamente ao serviço de orientação e informação, a Abrasel também está dialogando com os poderes públicos no intuito de criar uma rede de proteção aos impactos econômicos decorrentes do coronavírus já sentidos pelo setor, que emprega cerca de 6 milhões de pessoas no País.

A entidade considera necessária a suspensão temporária de pagamento de impostos e parcelamento futuro dos totais devidos. Da mesma forma, defende o pagamento de parte dos salários pelo governo, de modo temporário, para combater o desemprego. Outra medida seria a criação e o acesso a linhas especiais de crédito para o setor.

A Abrasel ainda recomenda, durante o período de crise, negociar para tentar prolongar ao máximo os prazos de pagamento com fornecedores e diminuir o prazo de recebimento e as taxas cobradas por empresas de cartões de crédito, vouchers, tíquetes e delivery.

SERVIÇO

O guia prático sobre como lidar com o problema do coronavírus em bares e restaurantes pode ser baixado gratuitamente clicanco aqui.

IMAGEM: Pixabay

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