Gestão para fazer justiça social

O Brasil tem de mudar a sua agenda. Discutir como qualificar o brasileiro, como atrair o investidor, como gerir com competência os recursos públicos

Aristóteles Drummond
16/Mai/2018
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Gestão para fazer justiça social

Volta e meia surgem bandeiras em favor da melhor distribuição da renda no Brasil, que é, como todos nós sabemos, perversa e injusta. A grande farsa é acreditar, como os políticos da esquerda demagógica acham, que simplesmente tirar dos que têm ganhos mais altos, via impostos e salários aumentados, fará a felicidade dos menos favorecidos. Jogam, debochadamente, com a ignorância popular, que, felizmente, já não é uma realidade. Hoje, com a Internet e a mídia em geral, o grau de informação da população é satisfatório.

Para pagar melhores salários, necessitamos de duas coisas básicas: mais investimentos privados e maior treinamento da mão de obra. Precisamos de trabalhadores qualificados, adaptados à tecnologia mais moderna que chega aos meios de produção. Logo, a educação é fundamental e, por isso, tem de fortalecer redes de ensino como o sistema S, assim como as escolas técnicas estaduais e federais. Além do Sebrae, que instrumentaliza o pequeno empreendedor, inclusive o agrícola. Enfim, é essencial fazer crescer o bolo antes de distribuí-lo, como já dizia Delfim Netto.

Para conseguirmos investimentos, no entanto, temos de ter um bom ambiente de negócios, avançando mais ainda na modernização da legislação trabalhista – que teve notável melhora recentemente –, na simplificação tributária e na diminuição da burocracia. O Brasil tem quase 200 mil leis diversas; chega às raias do ridículo.

No mais, os agentes que opinam e atuam na área ambiental e de preservação precisam ter consciência que a maior das poluições é a pobreza e seus subprodutos, que são a fome, a falta de moradia, de saúde e de educação. A prioridade deve ser o progresso, a produtividade, a qualidade dos produtos e serviços. Basta o tempo que perdemos com aquele discurso do “petróleo é nosso” de décadas, quando hoje ele é nosso e é extraído com a participação de empresas multinacionais. Petróleo no fundo do mar é pregação do atraso.

O Brasil tem de mudar a sua agenda. Discutir como qualificar o brasileiro, como atrair o investidor, como gerir com competência os recursos públicos, que seriam suficientes. E isso não ocorre apenas por causa da roubalheira endêmica que estamos assistindo, é mais pela falta de gestão de qualidade.  No entanto, o certo é ser honesto, competente, trabalhador, cumpridor de seus deveres e leal.

Mais de meio século de jornalismo e de administrador, estou convencido que a pauta que não enfoca o progresso é de um elitismo cruel com os que sofrem. Menos conversa de calçada e mais trabalho seria uma maneira cristã de pensar o Brasil.

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio

 

FOTO: Thinkstock

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