Gastos com saúde pesam e inflação sobe em abril
Remédios e planos de saúde tiveram o maior peso na inflação em abril e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,22%, de acordo com o IBGE
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou variação de 0,22% em abril. A taxa é superior aos índices de março deste ano (0,09%) e em abril do ano passado (0,14%).
De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (10/05), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula taxas de inflação de 0,92% no ano e de 2,76% em 12 meses.
A inflação de abril foi puxada principalmente pelos gastos com saúde e cuidados pessoais, que subiram 0,91%, e responderam por metade do IPCA no mês. Outros grupos de despesa que influenciaram o IPCA foram vestuário (0,62%), habitação (0,17%) e alimentação e bebidas (0,09%).
Entre as 13 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, as maiores taxas de inflação foram observadas em Campo Grande (0,73%), Porto Alegre (0,40%) e Brasília (0,40%).
HABITAÇÃO
O principal item da inflação dos gastos com moradia foi a conta de luz, que ficou 0,99% mais cara em abril.
De acordo com Fernando Gonçalves, gerente de Índice de Preços ao Consumidor do IBGE, os preços de energia elétrica seguirão pressionados, pois está vigente em maio a bandeira tarifária amarela, que cobra R$ 1 a mais por cada 5 kw/hora consumido. Além disso, estão programados reajustes em diversos Estados.
ALIMENTAÇÃO
O cenário para os preços de alimentos em 2018 seguiu benigno, conforme mostram os dados do IPCA de abril. O grupo Alimentação e Bebidas teve alta de 0,09%. Isso num mês acostumado a ver variações mais expressivas. A alta foi a menor para meses de abril desde 2007, quando foi de 0,03%. Em abril do ano passado esses preços haviam subido 0,58% e, em abril de 2016, 1,09%.
Diante das revisões para cima nas estimativas para a safra de grãos deste ano, o cenário para preços de alimentos em 2018 tende a ser "semelhante ao do ano passado", disse Fernando Gonçalves, gerente de Índice de Preços ao Consumidor do IBGE. O subgrupo "alimentação no domicílio" avançou 0,27% no mês passado, mas ainda acumula deflação de 4,68% nos 12 meses encerrados em abril.
Dessa forma, a pequena variação nos preços da alimentação foi garantida pelos gastos com bares e restaurantes. O subgrupo "alimentação fora de casa" registrou deflação de 0,22% em abril no IPCA. Segundo Gonçalves, a demanda fraca explica essa deflação. Provavelmente, bares e restaurantes fizeram ofertas ou realinharam seus preços "para não perder clientes", disse o pesquisador.
A deflação nos cardápios é um exemplo do que vem ocorrendo com os preços de serviços de maneira geral. Afetados pela demanda fraca, os preços dos serviços avançaram apenas 0,03% no IPCA de abril. No acumulado em 12 meses, ficaram em 3,46%.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve um avanço de 0,21% em abril, após a alta de 0,07% registrada no mês anterior.
Com o resultado agora apresentado, o índice acumulou uma elevação de 0,69% no ano, segundo o IBGE. A taxa em 12 meses foi de 1,69%.
Em abril do ano passado, o índice havia sido de 0,08%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.
INCC/Sinapi
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) subiu 0,26% em abril, após uma elevação de 0,14% registrada em março. No ano, o índice acumulado ficou em 0,97%. A taxa em 12 meses foi de 3,61%.
De acordo com o IBGE, o custo nacional da construção alcançou R$ 1.077 por metro quadrado em abril, valor acima dos R$ 1.074 por metro quadrado anotados no mês anterior. A parcela dos materiais teve aumento de 0,14%, enquanto o custo da mão de obra recuou 0,37%.
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