Freio na recuperação do setor de serviços
Para economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a evolução do setor durante os próximos meses dependerá da evolução do emprego e da renda das famílias

De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, o volume de serviços prestados apresentou retração de 2,3% na comparação com o mesmo mês de 2018, abaixo das expectativas de mercado.
Pesou a existência de dois dias úteis a menos por causa do feriado de Carnaval. Porém, também foram registradas quedas em termos mensais (0,7%) e trimestrais (0,6%), o que indicaria perda de dinamismo na recuperação do setor, apesar da leve desaceleração de seu crescimento em 12 meses, que passou de 0,7%, em fevereiro, para 0,6%.

Em relação a março do ano passado, três das cinco atividades consideradas na PMS mostraram contração, com destaque negativo para o segmento de transporte.
No sentido oposto, aumentou o volume de serviços prestados às famílias, provavelmente influenciado pelo Carnaval, que impulsionou a atividade de bares, restaurantes e aluguel de carros. O turismo também se beneficiou, principalmente no Rio e em São Paulo, apesar da queda no transporte aéreo.
Em síntese, o volume de serviços prestados, a exemplo da indústria e do varejo, começa a dar sinais de perda de ritmo em sua recuperação, embora o “efeito calendário” prejudique a análise.
De todo modo, em relação a esses outros setores, foi o que apresentou a menor diminuição em seu volume, na comparação anual. Sua evolução, durante os próximos meses dependerá da evolução do emprego e da renda das famílias, dada a importância do mercado consumidor interno.
A maior cotação do dólar poderia beneficiar a atividade turística dentro do país, o que também contribuiria para acelerar a retomada do setor.
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