FGV: indicador de incerteza da economia recua pelo sexto mês
Diminuição foi em ritmo mais moderado, de dois pontos, de setembro para outubro. Porém, ele ainda se situa 29 pontos acima do período pré-pandemia, em fevereiro de 2020
O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 2 pontos de setembro para outubro. É a sexta queda consecutiva do indicador, que diminuiu, porém, em ritmo mais moderado. De agosto para setembro, por exemplo, o decréscimo havia sido de 14,5 pontos.
Com 143,8 pontos em setembro, o indicador ainda se situa 29 pontos acima do período pré-pandemia, em fevereiro deste ano. Em março e abril, início do isolamento social, o índice teve fortes altas, de 52 e 43,4 pontos, respectivamente.
A queda de agosto para setembro foi puxada pelo componente mídia, construído a partir de notícias com menção à incerteza na imprensa, que caiu 4 pontos e chegou a 126 pontos. Já o componente expectativas, baseado nas previsões de analistas econômicos, subiu 4,3 pontos e alcançou 194,3 pontos.
“O componente de mídia recuou, mas também desacelerou no mês, refletindo o cenário novamente deteriorado da pandemia no mundo e novas dúvidas quanto à sua evolução no Brasil. Já o componente de expectativas, que mede a capacidade de se prever cenários para os próximos 12 meses, voltou a subir em outubro. Este reflete as incertezas quanto ao ritmo possível de recuperação da economia frente à possibilidade de novas ondas, o cenário fiscal, o sinal amarelo da inflação, agora mais espalhada entre os produtos e, a difícil capacidade de previsão do câmbio e da taxa de juros”, disse, em nota, a economista da FGV Anna Carolina Gouveia.
FOTO: Arquivo Agência Brasil