Estado de SP usa tecnologia para melhorar saúde pública

Eleuses Paiva (dir.), secretário da Saúde do estado de São Paulo, está testando ferramentas de teleatendimento em UPAs, para agilizar processos, e em UTIs, para melhorar a comunicação entre profissionais

Rebeca Ribeiro
09/Jun/2025
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Estado de SP usa tecnologia para melhorar saúde pública

Uma das principais queixas dos moradores da Grande São Paulo quando o assunto é saúde é a demora no atendimento pelo Sistema Básico, o SUS. Em 2023, apenas na cidade de São Paulo, havia mais de 335 mil pessoas à espera de um exame na rede pública municipal, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Para resolver essa situação, o governo paulista tem utilizado tecnologias para otimizar e simplificar o atendimento, conforme explicou Eleuses Paiva, secretário estadual da Saúde, em reunião realizada na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta segunda-feira (09/06).

Segundo ele, com o projeto “Regionalização da Saúde”, a pasta tem visitado diferentes regiões do estado com o objetivo de mapear e monitorar as deficiências de cada localidade. Se esse mapeamento identificar uma região que possui vazio assistencial em cardiologia, por exemplo, então profissionais e infraestruturas específicas para este atendimento serão deslocados para suprir a demanda, explicou Paiva.

“São Paulo é heterogêneo, existem locais extremamente ricos e outros com muita deficiência de infraestrutura e dificuldade em reter mão de obra especializada. Por isso, não é possível investir de maneira linear, apenas em uma questão, pois não vamos atender às diferentes carências das diferentes regiões", disse o secretário.

Paiva afirmou também que investiu em uma parceria com a Universidade de São Paulo com o objetivo de ampliar o teleatendimento. A iniciativa buscou inspiração em modelos adotados na Inglaterra e nos Estados Unidos. Um dos focos dessa frente de ação é o teleatendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), medida que ainda aguarda aprovação.

Segundo o secretário, como 80% das pessoas que se encaminham para as UPAs não necessitam de atendimento de urgência ou emergência, muitos dos casos poderiam se resolvidos por teleatendimento, realizado via celular e com o uso de inteligência artificial, que irá identificar os sintomas e classificar o nível de urgência. Se a situação do paciente se enquadrar como urgente, ele será encaminhado para o médico, que já o estará aguardando no posto de atendimento.

A iniciativa, de acordo com Paiva, permite atender as pessoas com mais agilidade, pois não será necessário o deslocamento até um posto de atendimento, passar pela triagem para, só então, ser enquadrado em um nível de atendimento, que determina o tempo de espera. “Estamos trabalhando esse modelo em uma cidade de 50 mil habitantes, para identificar o que será preciso aperfeiçoar”, disse.

Outro modelo testado é o teleatendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que conecta todas as UTIs do complexo do Hospital do Coração com UTIs de hospitais universitários do estado, realizando, no decorrer do dia, discussão de casos entre os profissionais dessas localidades. Com a iniciativa, Paiva afirmou que houve uma diminuição de 20% no tempo de permanência dos pacientes nessas UTIs. 

Além disso, para identificar gargalos dentro do Sistema de Saúde de São Paulo, a secretaria tem utilizado dados de BI, com os quais foi possível identificar que 80% dos atendimentos em hospitais de alta complexidade eram, na realidade, de baixa e média complexidades. Além do aumento de custos, pacientes de alta complexidade deixavam de ser atendidos com a urgência necessária. 

Como alternativa para essa situação, Paiva compartilhou que o sistema de saúde de São Paulo passou a adotar a Tabela SUS Paulista, que em determinados procedimentos paga para o hospital até 400% mais que o SUS federal. 

 

IMAGEM: Cesar Brunelli/ACSP

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