Esplanada Liberdade terá 5 mil metros quadrados para novos negócios

Em fase de consulta pública, o novo espaço previsto para o bairro da Liberdade deve ficar pronto em 2030 e envolve a construção de um centro comercial, praça de exposições e outras instalações inspiradas na arquitetura japonesa

Mariana Missiaggia
18/Out/2024
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Esplanada Liberdade terá 5 mil metros quadrados para novos negócios

Um clássico do turismo na cidade de São Paulo, o bairro da Liberdade, no Centro, é um pedaço da cultura oriental na capital e deve passar por algumas mudanças nos próximos cinco anos. Por meio de um projeto de Parceria Público-Privada (PPP), a Prefeitura planeja construir um novo cartão-postal na região, com arquitetura contemporânea de referências asiáticas, especialmente japonesas, prevendo até estruturas no formato de origami.

A proposta, que recebeu o nome de Esplanada Liberdade, foi apresentada aos integrantes do Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na última quinta-feira (17/9), na sede da entidade, e envolve a construção de um centro comercial, praça de exposições, centro de inovação e cultura e outras instalações.

A ideia, segundo Fabricio Cobra, secretário da Casa Civil, faz parte de um entendimento entre comerciantes da região e a Prefeitura de que o local demanda mais espaços abertos para atender aos milhares de turistas que passam pelo percurso, especialmente nos fins de semana.

De acordo com a apresentação feita por Cobra e o gerente de projetos da SP Parcerias, Guilherme de Paula, a Esplanada terá função semelhante à de uma praça pública, tendo como base três lajes construídas entre quatro pontes acima da Radial Leste-Oeste, com 12 mil metros quadrados. Os viadutos ligados por essas lajes são o Shuhei, na Rua Conselheiro Furtado; o Mie Ken, na Rua da Glória; o Cidade de Osaka, na Rua Galvão Bueno; e o Guilherme de Almeida, na Avenida da Liberdade.

 

Segundo Guilherme, o projeto será viabilizado e executado por meio de uma PPP. Ou seja, um espaço público que vai ser viabilizado com recursos públicos e privados. Isso significa que a concessionária será responsável pela implantação e construção das quadras e pela implantação de todos os equipamentos obrigatórios, como sanitários, um teatro, um Centro de Cultura e Memória da Liberdade e uma série de investimentos públicos e acessíveis, além de toda a manutenção.

O valor total estimado da obra é de R$ 333 milhões e a Prefeitura tem um teto de investimento de recursos públicos de R$ 149 milhões. A meta, no entanto, segundo Cobra, é que esse valor seja menor. O prazo do contrato é de 30 anos e vai ser feito na modalidade menor contraprestação mensal. Na prática, a empresa que apresentar o menor valor de contraprestação vai ser vencedora do projeto. Caso todas as empresas zerem esse valor, um leilão será aberto.

O esboço atual do Esplanada Liberdade nasceu de um pedido da Prefeitura - quatro escritórios de arquitetura e urbanismo criaram um modelo. Um deles foi escolhido e servirá de base para a obra, mas de acordo com Guilherme, o projeto ainda pode ser melhorado e evoluir. Ele lembrou que, durante a etapa da PMI, foram apresentadas uma série de projetos e todos foram avaliados durante cerca de um ano, tanto nos aspectos arquitetônicos quanto estruturais.

De todo modo, o projeto possui obrigatoriedades para a empresa que ganhar a concessão. São elas: duas praças; área comercial; centro de memória e cultura étnica; reconstrução do Teatro São Paulo; e estacionamento do teatro. Além disso, são recomendadas construções, como um rooftop de empreendimento, mais um edifício comercial e outro estacionamento.

O projeto está em fase de consulta pública, quando o município recebe sugestões e recomendações da população e de empresas interessadas na concessão. De acordo com Paulo Galli, diretor-presidente da São Paulo Parcerias (SPP), essa etapa deve durar cerca de 45 dias e, em novembro ou dezembro, o edital para as empresas interessadas em construir e administrar o projeto se apresentarem já estará aberto.

A empresa vencedora também ficará responsável pela realização da ativação cultural da área da concessão, ativação por meio de atividades de interesse coletivo gratuitos e acessíveis a todos, sem a cobrança de ingressos, como exposições e salas de atividades para que toda a população possa usufruir, explicou o gerente da SP Parcerias, lembrando que o projeto prevê ainda uma área para um polo gastronômico e multicultural.

 

Ao falar sobre a importância da Liberdade para a recuperação do centro histórico de São Paulo e incentivo ao turismo na região, Cobra destacou que o projeto é parte do objetivo geral da atual gestão de revitalizar a região. Além disso, o secretário citou o retorno do público ao espaço tomado pela construção da Radial Leste. Ele lembrou que uma parte considerável da Liberdade foi suprimida para a construção dessa avenida, e equipamentos importantes sumiram.

Por essa razão, Guilherme explicou que a ideia é valorizar a vista e permitir que as escadarias previstas possam ser utilizadas como arquibancadas, assim como as intervenções em espaços do entorno, como a Praça Almeida Júnior, a Praça da Liberdade e o futuro Memorial dos Aflitos.

O foco comercial se dará entre a Avenida Liberdade e a Rua Galvão Bueno. A previsão é que tenha um centro comercial de 3 mil metros quadrados com espaços para locação, um mercado com aproximadamente 2 mil metros quadrados, 260 vagas de estacionamento, uma praça coberta elevada para receber feiras e 30 quiosques para exploração comercial.

Já a quadra central entre as Ruas Galvão Bueno, que terá a calçada alargada, e da Glória, será voltada para a gastronomia. O projeto inclui um espaço para contemplação da vista da Radial, como um mirante, e no desnível, haverá pontos gastronômicos, como restaurantes, casas de chá e bares, todos voltados à culinária asiática.

 

A quadra inferior, por fim, entre as Ruas da Glória e Conselheiro Furtado, será voltada a grandes eventos ao ar livre e atividades culturais. As apresentações serão concentradas em uma nova construção, pensada para se tornar o principal símbolo da esplanada. O edifício deve ser um polo de cultura, tecnologia e inovação, com área de exposição, coworking e outros espaços. A área externa vai comportar até 9 mil pessoas, porém, pela declividade, as apresentações também poderão ser vistas dos níveis superiores.

 

IMAGENS: reprodução

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