Desigualdade de gênero e cor diminui no Brasil

Mas, no que diz respeito à renda, a desigualdade ainda prejudica mulheres e negros

Agência Brasil
16/Abr/2019
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Desigualdade de gênero e cor diminui no Brasil

As diferenças em função de cor e sexo diminuíram no Brasil de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M).

No entanto, o resultado, ainda que positivo, continua demonstrando que a desigualdade, em termos de renda, prejudica principalmente mulheres e negros no país.

É o que aponta o Radar IDH-M divulgado, nesta terça-feira (16/04), pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o estudo, que apresenta uma escala entre 0 (baixo desenvolvimento) e 1 (alto desenvolvimento), o IDH-M da população branca caiu de 0,819 para 0,817 de 2016 para 2017, enquanto o da população negra aumentou de 0,728 para 0,732.

No mesmo período, o índice de renda dos homens caiu de 0,818 para 0,814. Já o das mulheres subiu de 0,658 para 0,660.

COR 

Segundo Aristides Monteiro Neto, diretor de Estudos e Políticas Regionais Urbanas e Ambientais do Ipea, a diminuição da diferença entre os IDH-M de brancos e negros foi possível pela melhoria em todos os quesitos analisados para os negros e pela queda nas dimensões renda e educação para os brancos.

No entanto, apesar de a diferença ter diminuído, os brancos ganham cerca de duas vezes mais que os negros: R$ 1.144,76 contra R$ 580,79.

“Este foi um bom resultado porque mostra uma redução da desigualdade em função da cor do indivíduo", disse Neto. "No entanto, notamos que a diferença continua muito grande.”

SEXO

De acordo com o pesquisador, a constatação de que as diferenças em termos de desenvolvimento humano, em função do gênero, também estão diminuindo, é um "dado interessante, porém trágico”, por constatar que o IDH-M das mulheres, apesar de “bastante superior em educação e longevidade, é pior quando relativo a renda”.

Ele explicou que, nos levantamentos anteriores, as mulheres já apresentavam índices superiores aos homens no quesito educação, uma vez que elas estudam mais do que os homens. “Entre 2016 e 2017, essa diferença [em termos de educação] aumentou. Mas a renda mantém o IDH-M dos homens superior”, disse.

No período ao qual Neto se refere, a renda média dos homens brasileiros caiu de R$ 851,09 para R$ 843,31. Já o das mulheres caiu de R$ 833,52 para R$ 825,88.

Diante de todo o cenário apontado pelo Radar IDH-M, os pesquisadores apresentaram algumas orientações ao governo.

Entre elas, a de dar atenção às políticas sociais, em especial às que visam a qualidade da educação, uma vez que foram essas políticas que “atenuaram os efeitos negativos” de um período de crises econômica e internacional.

“A luz amarela está acesa", disse o diretor do Ipea. "Precisamos estar atentos.”

O estudo completo divulgado pelo Ipea pode ser acessado no Atlas Brasil.

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