Desempenho da indústria terá impacto negativo no PIB
A retomada do setor dependerá da celeridade da aprovação da reforma da Previdência e da economia efetiva de recursos públicos

De acordo com a Pesquisa Mensal da Indústria (PMI) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, a produção industrial mostrou queda de 6,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto no acumulado em 12 meses houve contração de 0,1%, a primeira desde agosto de 2017, nessa mesma base de comparação.
No comparativo anual, houve queda disseminada em todas as categorias de uso, com destaque negativo para bens duráveis e de capital, esses últimos vinculados com o investimento produtivo.
Esses resultados podem ser explicados pela existência de dois dias úteis a menos em relação a março de 2018, devido ao Carnaval.
Porém, o “efeito calendário” por si só não é capaz de explicar a magnitude da contração. Também pesaram a fraca demanda interna, o aumento da incerteza quanto a aprovação da reforma da previdência e a redução das exportações, devido ao menor ritmo de crescimento da economia mundial.

Em síntese, a produção industrial fecha o primeiro trimestre do ano apresentando recuo, aumentando a possibilidade de leve contração do Produto Interno Bruto (PIB) durante esse mesmo período.
A maior capacidade ociosa, a piora das expectativas dos empresários e os dados de exportação mais fracos, somados à maior base de 2018, sinalizam nova redução da atividade do setor em abril. A retomada da tendência de crescimento nos meses seguintes dependerá da celeridade da aprovação da reforma da Previdência e da economia efetiva de recursos públicos em relação à proposta inicial.
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