Crise começa a perder fôlego, mas recuperação será lenta

Estudo divulgado pelo Ipea indica que a retomada da economia virá pelas mãos da indústria

Estadão Conteúdo
27/Jun/2016
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Crise começa a perder fôlego, mas recuperação será lenta

Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sinaliza que a recuperação da economia brasileira estaria mais próxima. Os "primeiros sinais deste possível início de recuperação cíclica", de acordo com o documento, se concentram na indústria, sobretudo nas empresas com atuação no mercado externo.

"Se, por um lado, o elevado grau de disseminação e intensidade da queda da atividade econômica lhe confere um caráter resiliente, por outro o desempenho recente de alguns indicadores sugere que a crise começa a perder fôlego", aponta o Ipea neste que é o primeiro material publicado com o novo presidente do instituto, Ernesto Lozardo. 

O Ipea destaca que setores industriais voltados ao comércio exterior são os primeiros beneficiados com o que o instituto classificou como "ajuste proveniente do setor externo". 

A retração da demanda doméstica, por outro lado, "segue provocando um forte ajuste de estoques". O atual nível dos estoques, por outro lado, representaria uma "fonte de estímulo" para a retomada da produção doméstica.

O aparente otimismo, contudo, é acompanhado  por uma análise do atual momento da indústria - o setor que mais sentiu a crise econômica - e todos os desafios ainda a serem superados. "O caminho de recuperação, no entanto, aparentemente será longo", destaca o documento.

PIB

Ao analisar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no início do ano e destacar o fraco desempenho da economia nos últimos trimestres, o Ipea estima que o carry-over – quanto do resultado do ano anterior será carregado para o ano seguinte – para 2016 ficou em -2,6%. 

"Ou seja, caso permaneça estagnado durante os próximos três trimestres, na série com ajuste sazonal, o PIB de 2016 terá sido 2,6% menor que o do ano passado", pondera o material, elaborado após a divulgação da queda de 5,4% do PIB referente ao primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.

A desaceleração no ritmo de queda do PIB, cogitada pelo Ipea, teria como pano de fundo o atual patamar da economia brasileira. Desde o início da “atual recessão”, período não detalhado pelo instituto, o PIB já acumula queda de 7,1%. 

Além disso, a queda acumulada em quatro meses até o mês de março ficou em 4,7%, novo recorde negativo da série histórica iniciada em 1996.

Os níveis de confiança dos empresários vêm registrando altas nos últimos meses, "embora ainda se mantenham em patamares muito próximos dos mínimos históricos", traz o material.

IMAGEM: Thinkstock

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