O atual prefeito e a surpresa progressista dessas eleições têm em seus planos de governo propostas para reativar o comércio, setor bastante afetado pela pandemia
Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol) sobreviveram na disputa pela prefeitura da capital paulista e terão até 29 de novembro, quando acontece o segundo turno das eleições, para convencer o paulistano sobre suas propostas.
Os dois candidatos trazem em seus planos de governo iniciativas para estimular o comércio, setor duramente castigado pelas medidas de restrição impostas para controle da pandemia do novo coronavírus.
Em debate com empresários na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Covas propôs a ampliação das áreas de comércio 24 horas na cidade, começando pelo centro histórico, em uma região que abrange o calçadão entre a Rua Boa Vista, Líbero Badaró, Largo São Francisco e Praça da Sé.
O atual prefeito prometeu incentivos aos comerciantes para que permaneçam abertos após às 18 horas e em finais de semana na região central.
Outro aceno aos comerciantes feito por Covas envolve o maior controle dos ambulantes. Ele prevê a liberação de um maior volume de Termos de Permissão de Uso (TPU), documento que legaliza o trabalho do camelô, mas restringe sua atuação a locais específicos.
Quanto aos irregulares, o prefeito diz que estuda como reativar a Operação Delegada, que coloca policiais de folga para fiscalizar áreas de comércio ilegal. Hoje, o extra pago a esses policiais pelo trabalho além da jornada é considerado baixo, o que desestimula o engajamento no contingente.
Veja no vídeo abaixo as propostas de Bruno Covas:
Já a abordagem de Boulos para o comércio é mais indireta. Suas iniciativas orbitam uma proposta de transferência de renda que prevê um auxílio mensal entre R$ 200 e R$ 400 para 1 milhão de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Para financiar esse programa, o Renda Solidária, seriam reservados R$ 3 bilhões por ano. Segundo Boulos, esse benefício mensal seria usado basicamente no consumo, estimulando o comércio.
Assim como Covas, o candidato pelo Psol prometeu a empresários durante debate na ACSP dar vida nova ao centro histórico da capital. Ele pretende recuperar imóveis abandonados e transformá-los em espaços de uso misto, com comércio e moradia popular.
Pela proposta de Boulos, esse seria um processo organizado por meio de mutirões, deixando o setor imobiliário de fora. O candidato acredita que com o setor privado envolvido, haveria especulação imobiliária e os comerciantes seriam expulsos do centro porque o aluguel aumentaria.
Com o rombo de cerca de R$ 9 bilhões previsto para o caixa da prefeitura, nenhum dos dois candidatos que disputam o segundo turno tem planos de isentar ou reduzir impostos. Boulos prevê somente refinanciar o IPTU de comerciantes em dificuldades.
Veja no vídeo abaixo as propostas de Guilherme Boulos:
ARTE: William Chaussê/DC
Fator de Reajuste