Confiança dos comerciantes está em alta
Retorno das famílias às compras tem puxado o otimismo do setor, segundo a CNC. Já o índice da FGV alcança em fevereiro o maior patamar desde abril de 2014

O retorno das famílias às compras está por trás do avanço do otimismo do empresário do comércio, segundo o economista Bruno Fernandes, da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) subiu 3,3% em relação a janeiro, alcançando 113,2 pontos. Na comparação com fevereiro de 2017, o aumento foi de 18,5%.
Segundo Fernandes, o empresário está mais otimista em relação ao presente. A maior confiança das famílias levou a um crescimento do consumo, e isso deixa o empresário do comércio mais confiante.
"A melhora do consumo e da economia, ainda que seja lenta, deve alimentar o otimismo do empresário no curto prazo", previu.
A inflação mais baixa, o custo mais baixo do crédito e o início de melhora no mercado de trabalho estão entre os ingredientes que ajudaram a elevar a confiança de consumidores e empresários.
O componente Condições Atuais teve aumento de 6,1% na passagem de janeiro para fevereiro, para 90,4 pontos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi de 46,3%, com melhora na percepção dos varejistas sobre todos os itens avaliados (economia, setor e empresa).
O componente Expectativas cresceu 1,5% em relação a janeiro, para 153,1 pontos. Na comparação com fevereiro do ano passado, a alta foi de 8%, puxada por avanços nas perspectivas de curto prazo sobre o desempenho do comércio (+8,1%), da própria empresa (+5,7%) e da economia (+10,6%).
Já o componente Intenções de Investimentos cresceu 2,4% em fevereiro ante janeiro. Em relação a fevereiro de 2017, a elevação foi de 15,7%, com avanço na intenção de investir na empresa (+25,9%), de contratar funcionários (+17,2%) e de renovar os estoques (+5,6%).
FGV
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) avançou 0,4 ponto na passagem de janeiro para fevereiro, para 95,5 pontos, informou nesta terça-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com o resultado, o indicador alcançou o maior patamar desde abril de 2014, quando estava em 97,8 pontos.
"Um aspecto positivo dos resultados do primeiro bimestre de 2018 é o expressivo avanço dos indicadores de satisfação com a situação atual, retratando um quadro de recuperação de vendas e margens. No extremo oposto, o retorno do indicador de expectativas a um patamar inferior aos 100 pontos sugere que a recuperação continuará ocorrendo de maneira gradual", avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Houve melhora na confiança em oito dos 13 segmentos pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 4,8 pontos, alcançando 92,8 pontos, o resultado mais elevado desde agosto de 2014. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) caiu 4,0 pontos, para 98,4 pontos.
LEIA MAIS: Empresário paulistano volta a mostrar otimismo
O Índice de Desconforto do comércio - construído a partir da soma das proporções de empresas que apontam fatores limitativos à melhoria dos negócios relacionados a quesitos como demanda insuficiente, custo financeiro e acesso a crédito bancário - caiu pelo décimo mês seguido em médias móveis trimestrais.
A coleta de dados para a edição de fevereiro da Sondagem do Comércio foi realizada pela FGV entre os dias 1º e 23 do mês e obteve informações de 1.144 empresas.
*Atualizado às 18h15