Confiança do consumidor inicia 2022 com alta, aponta ACSP
O Índice Nacional de Confiança (INC) de janeiro avançou um ponto em relação a dezembro. A instabilidade do mercado de trabalho e a queda na renda impedem um crescimento mais consistente da confiança
A confiança do consumidor brasileiro avançou 1 ponto na passagem de dezembro para janeiro, alcançando os 75 pontos, de acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Apesar da melhora, as preocupações da população com relação ao emprego e às finanças pessoais impedem uma alta mais expressiva do indicador.
O Índice Nacional de Confiança (INC) varia de zero a 200 pontos, sendo que resultados abaixo de 100 pontos denotam pessimismo por parte dos brasileiros, como é o caso atualmente.
Há dois anos, em janeiro de 2020, quando ainda não havia registro oficial de contágio pela covid-19 no país, o INC marcava 100 pontos. Desde então, nunca mais conseguiu retomar esse patamar. Em maio de 2021 o indicador chegou ao seu pior resultado, 66 pontos, a partir de quando ensaiou uma reação, que não ganhou o impulso esperado.
A escalada da inflação, que fechou 2021 acima dos 10%, é um dos fatores que fazem com que o consumidor segure os gastos.
A alta dos preços afeta principalmente a baixa renda. Segundo o INC, a confiança dos consumidores mais pobres, da classe DE, chegou a 52 pontos em janeiro após cair 1 ponto em relação a dezembro, ficando bem abaixo da média geral (75 pontos).
Em contrapartida, a confiança dos consumidores da classe AB avançou de 82 para 84 pontos em igual comparação.
SITUAÇÃO FINANCEIRA
A maioria dos consumidores considera a própria situação financeira ruim. De acordo com o INC, essa é a percepção de 45% do total dos entrevistados para o levantamento de janeiro. Houve aumento de 1 ponto percentual em relação a dezembro.
Por outro lado, 31% dos respondentes consideram as finanças pessoais boas, resultado que mostra queda de 3 pontos percentuais em relação ao levantamento de dezembro.
Também há um pessimismo generalizado em relação ao emprego. A maior parcela dos entrevistados para o INC, 46% deles, acredita em aumento do desemprego. Eram 47% em dezembro. Já os que esperam mais trabalho totalizaram 20% da amostra, queda de 1 ponto percentual em relação ao mês anterior.
O desemprego é uma realidade próxima para 60% dos consumidores ouvidos para o levantamento, percentual dos que afirmaram conhecer alguém que perdeu o emprego nos últimos seis meses.
CONSUMO
Com as preocupações relacionadas ao mercado de trabalho e problemas com as finanças pessoais, é natural que o desejo de consumo seja moderado, especialmente de itens de grande valor agregado.
O INC aponta que em janeiro 36% dos consumidores se mostraram menos dispostos a comprar itens de maior valor, como carro ou casa. Embora o percentual seja menor do que o registrado em dezembro (39%), essa parcela menos disposta a realizar grandes compras ainda representa a maioria dos entrevistados.
Os que afirmaram estarem mais dispostos a fazer essas aquisições representaram 30% da amostra, mesmo percentual de dezembro.
Já quando questionados sobre a disposição para realizar compras de eletrodomésticos, como fogão ou geladeira, 34% afirmaram se sentirem menos seguros para realizar tais aquisições atualmente, mesmo percentual dos que afirmaram estar mais confiantes hoje.
Segundo a ACSP, “a maior disponibilidade de crédito e os impactos positivos do Auxílio Brasil serão cruciais para assegurar que as vendas do varejo sigam crescendo, embora com menos intensidade”.
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