Como se dar bem com a Geração Y

As lições da Farm e Netflix para conquistar o público jovem nas redes sociais

Thais Ferreira
29/Jun/2016
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Como se dar bem com a Geração Y

Eles não podem esperar, estão conectados o dia inteiro e têm como principal objetivo de vida conhecer outras culturas. Esse é o perfil dos Millenials ou Geração Y, os nascidos entre 1980 e 1995.

Essa faixa etária se tornou foco de diferentes pesquisas e estudos nos últimos anos. A razão disso é que grande parte das empresas – mais habituadas com outros perfis de consumidores – têm dificuldade em decifrar o comportamento dessa faixa de público.

É bem diferentes das gerações anteriores, principalmente porque esses jovens convivem com a internet desde os primeiros anos de vida.

Acostumados com a simplicidade e velocidade das interações online, eles esperam o mesmo das marcas: respostas rápidas e processos simples.

A Geração Y já representa parte importante dos consumidores no mundo.

De acordo pesquisa da consultoria Accenture, trata-se de um contingente que gasta cerca de US$ 6 bilhões por ano nos Estados Unidos. Até 2020, o número deve saltar para US$ 1.4 trilhões – cerca de 30% do total de venda do varejo no país.

OS SUPERCONECTADOS

Por serem nativos do meio digital, eles se acostumaram a permanecer online por longos períodos. O estudo Connected Life, realizado pela agência de pesquisas TNS, mostrou que os jovens entre 16 e 24 anos permanecem por volta de 8,2 horas conectados por dia, entre os 25 e 34 anos o tempo é cerca de 6,4 horas.

 

Ainda de acordo com o estudo, os jovens brasileiros acessam as redes sociais enquanto assistem televisão. No horário nobre, por exemplo, a chance de conversão das compras em e-commerces é maior.

O tempo de resposta é outro ponto fundamental para os jovens. Os Millenials acreditam que 10 minutos é tempo suficiente para obter a resposta de uma marca. Por isso, as empresas com equipes qualificadas para responder prontamente levam vantagem.

A pesquisa da TNS também mostrou que o smartphone é um das principais formas de conexão desse público –mais de 40% das horas online são gastos nas telinhas dos celulares.

Outro ponto importante são as redes sociais –uma das principais formas de atrair esse público.  O estudo recomenda que as marcas devem encontrar  a combinação certa de canais e é importante que desenvolvam formatos diferenciados de comunicação para cada meio.

VÍDEO PROMOCIONAL DA NETFLIX COM INÊS BRASIL

NETFLIX: RAINHA DAS REDES

A Netflix, que faz transmissão online de filmes e séries, é um dos melhores exemplos mundiais de interação com os Millenials. Além de responder rapidamente a todas mensagens que recebe, a empresa interage com os usuários, faz piadas com suas séries e brinca com as mensagens que recebe.

A estratégia de comunicação da Netflix é baseada em uma mudança de comportamento. Essa nova geração trata as marcas e empresas como se fossem pessoas e, por isso, querem receber respostas humanas.

Aqueles textos padrões e formais, que são copiados e colados, não tem valor para esse público. Veja alguns exemplos de interações em nossa galeria de imagens. 

Cada país em que a empresa está presente tem sua própria conta nas redes sociais -- o que ajuda a personalizar o atendimento. A página brasileira tem mais de 24 milhões de seguidores no Facebook e cerca de 750 mil no Twitter.  

Os conteúdos postados sempre trazem temas relevantes para seus clientes e que têm conexão com realidade de cada país. Um dos exemplos mais recentes foi a aparição de Inês Brasil, cantora que se tornou celebridade na internet, em um vídeo de lançamento para a nova temporada da série Orange is the New Black.

Isso mostra que a Netflix conhece bem seu público e sabe interagir, por isso, tem enorme sucesso com a Geração Y.

LOJA DA FARM NO SHOPPING RIO DESIGN BARRA

FARM: ROUPAS QUE SÃO UM ESTILO DE VIDA

Um exemplo de negócio nacional que também consegue atrair esse público é a Farm, varejista de roupas. A empresa foi fundada pelos empresários Kátia Barros e Marcello Bastos em 1997 e, posteriormente, passou integrar o grupo de moda Soma, que abriga outras marcas como Animale e A.brand.  

Diferente dos Baby Boomers e da Geração X, os Millenials não estão preocupados em ter bens materiais, mas em consumir experiências. Por isso, será cada vez mais difícil para o varejo conseguir atrair esse público, principalmente para as lojas físicas.

O caso da Farm é exemplar exatamente porque além de roupas, a empresa vende também um estilo de vida.

“Em bom carioquês, a Farm é menos salto alto e mais pé na areia. Menos maquiagem e mais bronzeado. Menos chapinha e mais cabelo secando ao vento depois de um mergulho no mar. Menos espelho e mais olho no olho, menos relógio e mais nosso próprio tempo”, afirma o manifesto estampado no site da empresa.

Muito mais do que um vestido ou uma blusa com modelagem e estampas atraentes, as clientes da marca estão sintonizadas com essas ideias que estão embutidas nos produtos.

Além disso, a Farm organiza uma série de eventos relacionados a arte e a música que contribuem para construção de sua imagem.

A empresa conta com mais de 1.8 milhões de seguidores no Facebook. Apesar de a maioria das mensagens nas redes sociais estar relacionada a problemas com e-commerce da marca, a Farm responde todos essas mensagens de forma personalizada. 

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