Com requalificação, Centro pode voltar a ser 'shopping a céu aberto'
Da reforma no calçamento ao retrofit de prédios históricos, intervenções têm como objetivo transformar a região, hoje apenas um local de passagem, em destino de permanência, segundo o secretário Marcos Monteiro, da Siurb
A região do Centro Histórico de São Paulo, por onde circulam diariamente cerca de 2 milhões de pessoas, deve voltar a ser um "shopping a céu aberto". Esse é um dos objetivos do programa de revitalização e requalificação urbana tocado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb).
As mudanças programadas para o coração da Capital paulista serão entregues em fases para moradores e turistas a partir da próxima quinta-feira, 25 de janeiro, quando a cidade completa 470 anos.
A revitalização envolve a renovação do calçamento, do mobiliário urbano e da infraestrutura de escoamento e telecomunicações de 25 ruas que compõem o Triângulo Histórico, melhorias que já podem ser observadas nas ruas da Quitanda e do Tesouro.
Há várias intervenções acontecendo simultaneamente, como o retrofit de prédios históricos e iluminação funcional e cênica. Também está sendo providenciada a reformulação da sinalização turística, com informações em português e inglês. Nesse caso, estão sendo instalados 181 novos pontos, sendo 14 totens de 1,76 metros nas entradas das ruas do Triângulo Histórico, demarcando pontos de cultura, bares e lojas, que já estarão prontos para o aniversário da capital.
A ideia é transformar o Centro, hoje um lugar "de passagem", em destino de permanência, atraindo investimentos, gerando empregos e melhorando a segurança e mobilidade dessa região, segundo Marcos Monteiro, secretário de Infraestrutura Urbana e Obras.
"As medidas adotadas pela gestão visam atrair cada vez mais pessoas, seja para fins turísticos ou comerciais, com a instalação de novas empresas aqui no Centro", afirma Monteiro.
Em bate-papo com o Diário do Comércio, o titular da Siurb fez um breve panorama dessas intervenções, estimadas em R$ 63 milhões e previstas para durar 22 meses:
DC - Detalhe essa ideia de transformar o Centro em um shopping a céu aberto, e o que pode reforçar esse conceito?
Monteiro - A Prefeitura de São Paulo está empenhando todos os esforços na requalificação do Centro. As medidas adotadas pela gestão visam atrair cada vez mais pessoas para a região, seja para fins turísticos ou para fins comerciais com a instalação de novas empresas na região.
Para atingir esse objetivo, a Prefeitura lança mão de incentivos fiscais (como isenção de IPTU para quem faz retrofit nos prédios antigos, por exemplo), programas de segurança (como a instalação de câmeras do Smart Sampa) e a requalificação dos calçadões do Triângulo Histórico.
A última iniciativa já está transformando a cara do Centro, garantindo acessibilidade, novo sistema de iluminação, novo mobiliário urbano e novos totens de sinalização turística, além de nova infraestrutura subterrânea.
A iniciativa privada tem colaborado com esse projeto?
O setor privado é fundamental na revitalização do Centro. A Prefeitura, como poder público, tem sim um grande papel nessa transformação, mas acredito que o setor privado, com a oferta de novas lojas, restaurantes e atrações culturais, também tem uma participação importante na transformação que já estamos vendo acontecer dia após dia.
E qual o papel da Associação Comercial de São Paulo (apoiadora do projeto) na atração desses empresários?
A ACSP vem desenvolvendo um papel muito importante no processo de requalificação do Centro. Com seus mais de cem anos de história, a Associação tem auxiliado na aproximação entre o poder público e os comerciantes da região, aprimorando cada vez mais o diálogo entre todos os envolvidos na revitalização do Centro Histórico.
O que o paulistano pode esperar dessas mudanças?
O paulistano e os turistas que visitam nossa cidade vão ganhar um centro totalmente novo, mas ainda com o charme de suas famosas ruas, dos seus prédios históricos. Quem vier para o Centro vai perceber que os calçadões estão se tornando totalmente acessíveis, atendendo a todas as normas vigentes. A região também está ganhando um novo sistema de drenagem da água das chuvas e toda a infraestrutura subterrânea está passando por ordenamento.
Os calçadões também vão ganhar novo sistema de iluminação que, junto com as câmeras do Smart Sampa, trarão ainda mais segurança para a região. Um novo mobiliário urbano está sendo instalado, o que permitirá a criação de novas áreas de descanso. Somado a isso, ao final das obras, teremos uma cobertura vegetal ainda maior do que a que temos hoje.
Para acolher ainda mais os turistas e os paulistanos que passam pelo Centro, a região vai ganhar novas placas de sinalização, totens com informações turísticas, mesas táteis e sinalização nos prédios de interesse histórico.
Qual a previsão para a conclusão dessas obras?
A requalificação dos calçadões do Centro (incluindo mobiliário, sinalização, iluminação, galerias técnicas, novo pavimento, totens) está a todo vapor, e será entregue no final deste ano.
IMAGEM: ACSP/divulgação