Clubhouse: seu negócio precisa entrar nessa?

Apontado por muitos como uma espécie de Podcast improvisado, o aplicativo aproxima grandes empresários de pequenos empreendedores num bate-papo informal. Por enquanto, a interação só está disponível para usuários iOS

Mariana Missiaggia
23/Fev/2021
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Clubhouse: seu negócio precisa entrar nessa?

De tempos em tempos surge uma nova rede social prometendo ser a nova arrebatadora de usuários da rede. A tentativa de desbancar plataformas atuais e conquistar o concorrido tempo daqueles que já se habituaram ao Facebook, Twitter, Telegram, LinkedIn, Instagram, TikTok, Pinterest e outros nomes ganhou mais um concorrente. A bola da vez é o Clubhouse.

Apresentado como uma comunidade que se conecta por áudio em interações ao vivo em salas com até cinco mil pessoas, o aplicativo foi criado há menos de um ano, no Vale do Silício, é avaliado em U$ 1 bilhão e já tem seis milhões de usuários. 

Por lá, é possível entrar e ouvir pessoas conversando sobre o assunto que desejar. Não é possível mandar texto, enviar link ou postar foto – o uso é exclusivamente por áudio – muito similar a dinâmica dos podcasts. Entretanto, ainda se trata de um clube relativamente restrito - é preciso receber um convite para entrar na rede social e necessário acessá-la por um aparelho iOS. Ou seja, a novidade não está indisponível para o sistema Android.

Com diversos assuntos de interesse e muitas salas de discussões abertas ao mesmo tempo, a nova plataforma vem sendo definida como um Podcast improvisado, por impor um tom mais informal e trazer interações em tempo real. É justamente, esse mecanismo que possibilita diálogos entre grandes empresários e pequenos empreendedores num ambiente sem formalidades.  

Além disso, a plataforma cria uma relação de proximidade porque, normalmente, o contexto dessas gravações está muito relacionado ao dia a dia de cada um, com ruídos do cotidiano, como latidos de cachorro, choro dos filhos, campainha tocando e afins. 

Entre os bate-papos comuns de acontecerem na plataforma, é possível destacar nomes como Mark Zukerberg e Elon Musk, além de ser possível ouvir bate-papos agendados. No Brasil, figuras consideradas referência no empreendedorismo e investidores de startups dão abertura para novatos participarem de suas reuniões.

Isso vai pra frente? A pergunta que permeia todo tipo de novidade é justamente, até onde vai o furor dessa novidade. A primeira grande questão é a restrição imposta pelo aplicativo que, por ora está disponível exclusivamente para usuários da Apple, marca que detém apenas 11% do mercado global de celulares. Certamente, a expansão para o Android pode potencializar isso ou ainda, na opinião de alguns especialistas, simplesmente pode incomodar os atuais usuários que podem estar ostentando esse status de exclusividade e causar uma debandada em massa do aplicativo.

Por enquanto, a vantagem mais citada nas avaliações do aplicativo são os encontros não marcados que ocorrem diariamente nas salas de bate-papo, que promovem diálogos importantes para o ecossistema empreendedor.

Para Talita Scotto, diretora da Agência Contatto, especializada em comunicação para negócios e marketing de influência, o diferencial do Clubhouse está em oferecer engajamento em tempo real e capacidade de promover interação entre profissionais, celebridades e o acesso a grandes nomes do mercado de maneira simples, rápida e a qualquer hora.

Ela cita que a Audi, por exemplo, foi a primeira montadora a estar presente no Clubhouse quando levantou o tema sobre “A Era dos Carros Elétricos”, mediando um bate-papo com jornalistas e criadores de conteúdo, além de convidados.

Na opinião da especialista, este caso mostra que o aplicativo é capaz de trazer mais inovação nos formatos de conteúdo, no vínculo e no valor que se espera gerar entre consumidores e marcas. Outros diferenciais citados são o networking, o aprendizado em tempo real e a possibilidade de ser ouvinte com a sensação de se estar em um grande evento com a liberdade entrar e sair de salas de bate-papo quando quiser.

"Com mais uma rede social disponível, definir estratégias e canais se tornarão determinantes para a indústria da comunicação: disputa por audiência, geração de conteúdo em formatos distintos e um futuro promissor", diz.

Em tempos de pandemia, o Clubhouse surge também como apoio para a realização de eventos. Nesta terça, por exemplo, o TC, plataforma de inteligência do mercado financeiro organiza o Festival TC Talks - festival de conteúdo sobre mercado financeiro, que acontecerá dentro do Clubhouse, das 9h às 22h.

“O Clubhouse potencializa o acesso e consumo de conteúdo em áudio, além de criar conexões únicas, o que está alinhado com os nossos propósitos. A pandemia inviabilizou a realização de grandes eventos presenciais, mas a ideia de difundir o acesso às informações de investimento continua viva por meio de ativações digitais”, diz Cristianne Alves, diretora de Marketing do TC.

Serão oito salas com duração média de 1h30 cada. Entre as personalidades do mercado de investimentos, estão confirmadas Cris Arcangeli, Tallis Gomes e Hugo Queiroz, entre outros. Totalmente gratuito, o festival é inspirado nos grandes eventos on-line que estão acontecendo há cerca de um ano. 

Apontado como espaço para dividir experiências e opiniões, o Clubhouse já está no ar há cerca de um ano e tem sido muito utilizado pelos americanos, especialmente para discutir e inspirar novos negócios. E embora esteja centralizado em saber ouvir, é consenso entre os usuários que o espaço também exige uma fala poderosa de quem utiliza o Clubhouse para promover seu negócio. Ou seja, não adianta se conectar no novo aplicativo e não ocupar um lugar de fala - a dica é deixar a sua marca e fazer com que outras pessoas sigam falando sobre o seu negócio quando aquele tempo acabar.

 

FOTO: Divulgação

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