BC projeta inflação em 3,8% e mantém Selic em 10,25%
De acordo com o Relatório de Inflação, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) segue em 0,5% neste ano
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O Banco Central (BC) manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu estimativa para a inflação.
De acordo com o Relatório de Inflação, divulgado hoje (22/06), em Brasília, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, segue em 0,5% para 2017.
Entretanto, no relatório, o BC cita as reformas propostas pelo governo, como a da Previdência e trabalhista, para que a economia se recupere este ano.
“A manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade”.
Sobre a inflação, o Banco Central diz que “permanece favorável, com desinflação difundida inclusive nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic]”, diz o relatório.
No relatório, as projeções para a inflação são apresentadas em quatro cenários.
A “projeção central”, elaborada considerando as estimativas do mercado para a taxa de juros e o câmbio, indica inflação em torno de 3,8%, 0,2 ponto percentual abaixo da divulgada no relatório de março.
Para o fim de 2018, a projeção permaneceu em 4,5%. Na estimativa para a inflação em 12 meses encerrados no final do segundo trimestre de 2019, o índice cai para 4,3%.
CRESCIMENTO ECONÔMICO
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, avaliou que uma inflação baixa e previsível é a melhor contribuição para o crescimento econômico.
Ao comentar o Relatório de Inflação ele afirmou que o cenário básico do Comitê de Política Monetária (Copom) contempla a estabilização da atividade econômica.
"As evidências sugerem a estabilização da economia, o que pode ser visto na produção industrial. O IBC-Br reflete a evolução de setores da economia, como a agropecuária e serviços, e as expectativas continuam apontando para crescimento gradual", disse, lembrando que o uso da capacidade segue operando em patamares que indicam ociosidade na economia.
DESINFLAÇÃO
Para o diretor do BC, há comportamento favorável dos preços, com desinflação difundida entre os diversos setores da economia. Ele lembrou que os resultados mais recentes do IPCA vieram abaixo do esperado.
"Parte dessa queda da inflação tem a ver com o comportamento favorável dos preços dos alimentos, mas a desinflação é mais ampla que isso. Trata-se de um processo mais disseminado", afirmou. "A inflação de preços livres e a de preços administrados estão em níveis próximos, o que confirma essa desinflação mais disseminada", completou.
CÂMBIO
No cenário com taxa de câmbio constante em R$ 3,30 e taxa Selic estimada pelo mercado financeiro, a projeção para a inflação este ano fica em 3,8% e sobe para 4,3% em 2018, abaixo do centro da meta perseguida pelo BC (4,5%).
O BC também divulgou as projeções feitas com taxa de juros inalterada no atual patamar (10,25% ao ano), mas considera essas estimativas “pouco informativas” porque a Selic está em processo de redução.
“Entretanto, no espírito de manter elevado grau de transparência, o Relatório de Inflação também reporta as projeções condicionais que supõem taxa Selic constante”, diz o BC.
No cenário com taxa de juros e câmbio constantes, a inflação fica em 3,8%, em 2017 e em 3,9%, em 2018.
Por fim, no cenário com câmbio projetado pelo mercado financeiro e Selic constante, a inflação fica em 3,8%, este ano, e em 4% em 2018.
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