Aumenta a expectativa de vida dos paulistas
O envelhecimento da população, tendência que é compartilhada por todos os outros estados, torna cada vez mais inviável a existência do atual sistema previdenciário
A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) acaba de publicar o boletim SP Demográfico, que registra crescimento da vida média de 4,8 anos da população residente no Estado de São Paulo, em relação ao ano 2000, e de 22,2 anos, se 1950 for tomado como base de comparação.
Esse aumento na expectativa de vida se explica, em parte, pela redução da mortalidade infantil, que em 1940 alcançava a impressionante proporção de 25% dos nascidos, caindo para apenas 1,2% em 2018.
Segundo o mesmo boletim, houve também eliminação de mortes precoces em todas as faixas etárias, elevando a duração média de vida no Estado.
Outro resultado do estudo, que também contribui para a mesma dinâmica demográfica, é o aumento da expectativa de vida aos 60 e 80 anos, ocorrida entre 1970 e 2018, principalmente em função da diminuição de mortes causadas pelas doenças do aparelho circulatório.
Também foi observada importante queda da diferença entre a esperança de vida feminina e masculina, que passou de 9 para 6,3 anos, em decorrência da maior redução da mortalidade masculina em relação à feminina.
Naturalmente, a maior esperança de vida da população do Estado de São Paulo é um resultado positivo, associado às melhores condições de vida, estágio propiciado pelo maior desenvolvimento econômico da região, que traz associado o progresso nas condições de saúde e saneamento de seus habitantes.
Nesse sentido, nosso Estado se aproxima da situação do Japão e de outras nações desenvolvidas.
Contudo, a passagem para um regime demográfico de baixa mortalidade também implica alguns desafios, pois também significa que a população está envelhecendo. Segundo a SEADE, entre 1970-2018, houve aumento da esperança de vida de homens e mulheres residentes no Estado de São Paulo, tal como mostra o gráfico abaixo.
O envelhecimento da população do Estado de São Paulo, tendência que é compartilhada por todos os outros estados, torna cada vez mais inviável a existência do atual sistema previdenciário, que requer que os trabalhadores em idade ativa financiem, a partir de suas contribuições, as pensões recebidas por aqueles que estejam aposentados.
Assim, os resultados divulgados no boletim da SEADE se revestem de particular importância, ressaltando a urgência da realização de uma reforma desse sistema, cujas regras devem ser ajustadas à nova realidade demográfica do País.
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