|Análise|O momento ainda é de baixo crescimento e expectativa
Com aprovação da reforma da Previdência e deslanche de privatizações e concessões, a atividade deverá se acelerar, com perspectiva de aumento de 2,8% das vendas do varejo
Os dados disponíveis até o momento indicam que a economia brasileira continua crescendo pouco, abaixo das expectativas do início do ano, afetada pela incerteza política relativa ao andamento das reformas, pela queda na produção mineral, em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho, e por um cenário externo menos favorável, marcado pela “guerra comercial” entre Estados Unidos e China e pela desaceleração dos principais países da Comunidade Europeia.
O índice Nacional de Confiança do Consumidor (INC), elaborado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), revela que o consumidor está cauteloso para assumir compromissos de médio e longo prazos.
A expectativa, contudo, é de que à medida em que se aprove a reforma da Previdência e as privatizações e concessões deslanchem, a atividade deverá se acelerar, com perspectiva de aumento de 2,8% das vendas do varejo, segundo projeção do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), e de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) semelhante ao observado em 2018, embora possa apresentar resultado negativo no primeiro trimestre do ano.
Essas foram as conclusões da reunião de abril do Comitê de Avaliação da Conjuntura da ACSP, coordenado pelo Dr. Edy Kogut, e que reúne economistas e empresários de vários segmentos da economia.
Os principais indicadores macroeconômicos apresentados pelo Instituto de Economia nessa reunião mostraram que o resultado das contas públicas continua sendo motivo de preocupação pelo elevado excesso de despesas sobre receitas, que redunda em endividamento crescente.
As contas externas continuam equilibradas, com exportações muito maiores que as importações, apesar da desaceleração dos embarques de minérios, além da forte entrada de capitais financeiros de longo prazo.
O repique da inflação em março, que levou o resultado em termos anuais (em 12 meses) para 4,6%, foi considerado pontual, não devendo comprometer o cumprimento da meta por parte do Banco Central, o que aumenta a chance de manutenção da taxa básica (SELIC) no patamar atual.
O aumento do emprego continua bastante lento, explicado principalmente pela geração de ocupações de baixa remuneração e pelo trabalho informal, o que também tem levado ao fraco crescimento da renda das famílias.
A indústria é o setor mais afetado pela recessão, especialmente a produção de bens de capital, segmento ligado ao investimento produtivo, e vem mostrando desaceleração desde a greve dos caminhoneiros, agravada pela crise argentina e pela queda da extração mineral.
No varejo, farmácias e supermercados seguem apresentando elevação das vendas, apesar das oscilações mensais, devido ao efeito das datas móveis.
Também se nota nesses setores aumento da concentração em grandes redes. As micro e pequenas empresas do comércio enfrentam grandes dificuldades, tanto em vendas, como no acesso ao crédito, aumentando o número de insolvências e fechamento de lojas.
Os serviços, por sua vez, vêm mostrando melhora e apresentam perspectivas de maior crescimento e oferta de emprego.
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