Amazon estuda venda de produtos brasileiros para o mercado externo
Plataforma testa soluções logísticas que envolvem 100 pequenos vendedores, sendo que 80% deles nunca realizaram venda internacional
Se até pouco tempo atrás o varejo vivia uma guerra de preços, hoje, claramente, o que se vive é uma competição por quem entrega mais rápido.
Presente no Brasil desde 2012, inicialmente com a venda de livros, a Amazon lançou seu marketplace em 2017, e desde então, se consolida como uma das principais plataformas.
No ano passado, a Amazon trouxe seu programa de logística FBA (Fulfilment By Amazon), no qual armazena o estoque de lojas parceiras e fica responsável por empacotar e entregar esses produtos aos clientes. Com isso, os itens à venda no marketplace podem receber o selo Prime para ter frete grátis.
Após ter inovado muito em processos e logística nos últimos anos, levando o varejo como um todo a outro patamar, a empresa norte-americana testa agora um programa de vendas globais, para que produtos de vendedores brasileiros sejam adquiridos por clientes da Europa, Ásia e Estados Unidos. Até então, apenas o contrário era possível.
A novidade foi anunciada durante o Latam Retail Show. O projeto-piloto, segundo Daniel Mazini, presidente da Amazon no Brasil, está sendo conduzido, inicialmente, com 100 pequenos vendedores, sendo que 80% deles nunca havia realizado uma venda internacional.
Testando o programa no país, Mazini diz que a novidade evidencia o pensamento de longo prazo da gigante com o Brasil.
Além de gerar vendas, o modelo tem como foco desenvolver e apoiar novas soluções de logística para esses empresários, orientá-los sobre como preparar estoque e comercializar seus produtos por meio de uma variedade de ofertas e opções de publicidade.
O vendedor escolhe uma transportadora que faça envios internacionais e os valores cobrados para envio internacional variam de acordo com as dimensões e peso da embalagem, prazo de entrega, origem (de onde o produto está saindo) e destino (para onde ele vai).
PRAZOS DE ENTREGA
Embora tenha uma logística desafiadora, o executivo afirma que a companhia segue investindo nesse setor para fazer entregas cada vez mais rápidas. Com 10 centros de distribuição no país, cinco estão no estado de São Paulo.
Sobre a concorrência, Mazini destaca que o serviço Amazon Prime já promete entregas em um dia útil, mas a empresa trabalha para reduzir ainda mais esse prazo - para poucas horas, nas palavras do executivo.
“Temos competição sólida e isso nos impulsiona a investir. O cenário macroeconômico brasileiro é de um país jovem e que mudou muito nos últimos anos. Há muito a se fazer”, diz.
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