Abrasel: 42% dos restaurantes ainda faturam menos que no pré-pandemia
Levantamento da Abrasel aponta também que expectativa do setor é pela abertura do novo programa de parcelamento de dívidas de empresas participantes do Simples Nacional
Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que 42% dos estabelecimentos do setor ainda fatura menos do que no pré-pandemia, enquanto 33% afirmam ter superado o desempenho de antes do início das restrições de funcionamento.
Entre os que avaliam estarem empatados com o pré-pandemia são 14%, e os outros 11% pesquisados não existiam em 2019. Os dados são referentes ao segundo semestre de 2021, comparados a igual período de 2019.
Segundo a Abrasel, o setor aguarda a promulgação do novo programa de parcelamento de dívidas de empresas participantes do Simples Nacional, e a maior parte dos empresários do setor ao menos avalia aderir ao Relp (Reescalonamento do Pagamento de Débitos no âmbito do Simples Nacional).
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São 60% os que dizem que irão aderir ao programa, e outros 36% afirmam que avaliam aderir dependendo das condições, e apenas 4% não pretendem adotar o refinanciamento. Quase a metade das entrevistadas (47%) já tem parcelas do Simples Nacional em atraso. E, destas, 85% têm medo de serem desenquadrados do regime.
"A expectativa é alta. Queremos começar o ano e reafirmar a retomada com o alívio de saber que não haverá o desenquadramento do Simples por dívida, por isso o refinanciamento é tão importante. A sanção do presidente deve ser a primeira boa notícia do ano ao nosso setor", avalia o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Segundo a associação, a retomada ganhou corpo em dezembro. Mais de um em cada quatro estabelecimentos (27%) disse ter contratado funcionários no último mês do ano. Outros 22% têm a expectativa de seguir contratando no início de 2022. Em relação a demissões, 16% afirmaram ter reduzido o quadro de funcionários em dezembro.
Já 60% esperam manter a quantidade de funcionários no primeiro semestre de 2022. O índice dos que seguem trabalhando com prejuízo melhorou pouco - de 35% em novembro para 33% em dezembro.
"O nosso setor tem sido o carro-chefe da economia nos últimos meses, ajudando a melhorar os índices de atividade econômica e de emprego, e também contribuindo para segurar a inflação. Mas precisamos de um olhar atento para a questão do endividamento. Mais de 70% têm empréstimos contratados, muitos deles via Pronampe", afirma.
O levantamento indica que, dos que têm empréstimos contratados, 22% estão com pelo menos uma parcela em atraso e, destes, 29% têm parcelas vencidas há mais de 90 dias.
FOTO: Agência Brasil