A estatística macabra dos jovens brasileiros
Existem duas opções para conter a violência: educação preventiva e punição. Mas é essencial a vontade política
A Unicef, com outras entidades de igual relevância, divulgou recente estatística, demonstrando o crescimento assustador de assassinato de jovens em nosso país. E, o que ainda é pior, o trabalho mostra uma tendência de crescimento desses assassinatos até 2040.
A divulgação desta pesquisa, além de ser vergonhosa para a nossa sociedade, comprova que o Brasil ainda está muito longe de se tornar uma Nação desenvolvida. A miséria moral ainda predomina em nosso meio.
O pior é que a solução para este grave problema nacional passa por um processo de educação moral que está longe de acontecer em nossos dias, por absoluta falta de vontade política.
A miséria moral continua a prevalecer entre nós por várias razões, que começam pela falta de educação e pela tentativa de desestruturação dos bons costumes por parte de alguns falsos intelectuais, que estão mais interessados em aplicar a revolução gramscista no Ocidente do que seguir a ordem e o progresso inscritos em nosso pavilhão.
É por isso que a sociedade não pode aceitar passivamente essa triste realidade, sem se indignar contra a estatística macabra É preciso exigir dos responsáveis uma solução para o fim na morte precoce de nossos jovens.
Em resumo dessa tragédia, duas são as alternativas possíveis para ajudar na solução do problema: educação preventiva ou punição aos infratores.
Evidentemente que a segunda alternativa relativa a punição é a mais dolorida de implantar, já que passa pela necessária redução da idade penal do menor; a criação de um sistema penal educativo especial para o adolescente infrator, com a inclusão de instrução escolar compulsória e a aplicação de um regime disciplinar rígido.
Um programa dessa natureza, no entanto, exigirá tanto investimento para sua estrutura quanto pessoal especializado no tratamento dos jovens infratores. Sabe-se que isto não será fácil, em razão da falta de recursos e da vontade política.
Diante da distância que o nosso país se encontra dessa realidade, pensar um programa desta envergadura é utopia. Basta ver nosso atual sistema penal.
A segunda alternativa, relativa a implantação de uma política de educação pública preventiva, iniciando-se na infância da criança e a acompanhando até a idade suficiente para se incluir no mercado de trabalho digno.
Quando hoje se constata a falência do ensino público, como se viu no último exame do Enem, percebe-se o quanto será difícil executar uma política de educação nos padrões necessários, sem que haja reformas estruturais na educação de base, além de muita vontade política.
Para o sucesso de um plano educacional de base deste porte será preciso a adoção de período integral na escola, para que a criança permaneça ali o dia todo, aprendendo, em contato com a arte, o esporte e o entretenimento, além das letras e dos números.
Torna-se imprescindível que a criança cresça estimulada no aprendizado de interesse para seu futuro, incluindo várias atividades diárias, além das aulas regulares.
Será fundamental o retorno das aulas de moral e cívica no currículo escolar para a consciência do dever cívico da criança e do respeito aos valores morais. Sem amor à pátria e respeito ao semelhante, não se consegue construir uma sociedade responsável.
A educação moderna precisa ultrapassar o espaço da escola, para envolver a família, principalmente as de baixa renda, que na maioria das vezes não dispõe de tempo para cuidar dos filhos, já que precisa trabalhar de sol a sol.
A escola moderna, seja pública ou privada, precisa trazer a família para dentro de seu espaço, afim de que haja sintonia entre o aprendizado dos valores morais e o conhecimento científico.
Só com programas de ensino realista e da capacitação dos professores, em consonância com os valores de família, é que poderemos construir uma sociedade fraterna, mudando essa triste estatística dos assassinatos de jovens brasileiros, que, sem outra perspectiva melhor, deixam-se arrastar no mundo do crime e das drogas.
Ainda há tempo para salvar nossas crianças desse destino vil. Basta a vontade política!