A doideira
Pelo menos desta vez concordarei com Marta Suplicy e com a denúncia que ela fez sobre a falta de rumos do PT
Fiz uma retrospectiva em meus rabiscos e pensamento e conclui: é a primeira vez na vida que concordo com algo que a atual senadora Marta Suplicy diz ou escreve.
No artigo publicado na Folha em que desancou o governo Dilma, o PT e, mesmo querendo enaltecer Lula, deixou claro que a origem de todo o mal está no ex-presidente e seu modo sindicalista de ser dono do país, a ex-prefeita da capital paulista expos de vez, de forma objetiva e direta, a crise que assola o país. Dilma acha que não tem crise. Tem boato.
O Brasil de hoje, 29 de janeiro de 2015, é uma doideira. Um verdadeiro samba do crioulo doido, sem qualidade artística nem melodia. Só drama.
Não vou me ater, para não tomar o tempo do leitor - e o meu - ao que já foi dito.
Mas é preciso registrar alguns sinais que evidenciam o quanto de fato Marta tem razão. O diretor, no caso, o governo Dilma, sumiu e o país está à deriva.
Sem contar que “conspiram” contra a mesma Dilma os escudeiros de Lula e quem sabe o próprio, já tentando viabilizar sua pretensa candidatura em 2018.
Dilma reuniu 39 ministros. Já começa aí o descalabro. Fosse uma empresa e seria a maior diretoria do mundo. Inviável. Inútil. E incompetente em sua maioria.
Arranjos políticos de terceira linha.
Ficou num pódio atrás dos ministros. Eles olhavam para o vazio enquanto ela lia o texto num “teleprompter”, como se falasse de improviso. Figura de cena para quem?
Para ninguém, porque a presidente é incapaz de articular um discurso de improviso sem atropelar o português (o leitor entendeu..), a coerência, o conteúdo e o bom senso. E, pior de tudo, atropela a realidade, vivendo no mundinho que criou para si e seu entorno, distante anos-luz do país real.
No meio de um jogo político de interesses partidários, políticos, grupais, proliferam sandices por todos os lados. O petista Gilberto Carvalho, de nebulosa história política em Santo André e defensor dos movimentos invasores e transgressores, aliado de Lula, serve ao seu senhor e a José Dirceu com cordeira lealdade. Sem pensar no ridículo a que se expõe com as bobagens que fala. Mas, se fosse por aí, o apagão mental seria imenso, porque falar bobagem e agredir o país, em nome dos pobres, a quem exploram politicamente, é marca registrada do petismo e aderentes.
Para qualquer lado que se olhe, se falando em governo, poder público, notadamente onde o PT está no poder, como Brasil e a cidade de São Paulo, só se vê desatino.
Para quem tem julgamento, discernimento, um desalento só, pela falta de rumos.
Marta tem razão. O Brasil vive crise de tudo. Só Dilma não vê.
É a senadora do PT quem diz, não eu. Embora eu diga também.
“O PT vive situação complexa, pois embarcou no circo de malabarismos econômicos, prometeu, durante a campanha, um futuro sem agruras, omitiu-se na apresentação de um projeto de nação para o país, mas agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção.
Nada foi explicado ao povo brasileiro, que já sente e sofre as consequências e acompanha atônito um estado de total ausência de transparência, absoluta incoerência entre a fala e o fazer, o que leva à falta de credibilidade e confiança.
É o que o mercado tem vivido e, por isso, não investe. O empresariado percebe a situação e começa a desempregar. O povo, que não é bobo, desconfia e gasta menos para ver se entende para onde vai o Brasil e seu futuro.
Acrescentem-se a esse quadro a falta de energia e de água, o trânsito congestionado, os ônibus e metrôs entupidos, as ameaças de desemprego na família, a queda do poder aquisitivo, a violência crescente, o acesso à saúde longe de vista e as obrigações financeiras de começo de ano e o palco está pronto.
A peça se desenrola com enredo atrapalhado e incompreensível. O diretor sumiu.”