7 dicas para operar uma franquia brasileira no exterior
Conheça os cuidados necessários para que a internacionalização seja bem-sucedida
Cada vez mais franqueadores brasileiros têm procurado expansão em mercados internacionais, como revela o mais recente balanço da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
No ano passado, franquias nacionais já operavam em uma centena de países. Do total, 142 redes atuavam no exterior, 129 tinham operações físicas em outros países e 18 exportavam ou distribuíam produtos em mercados estrangeiros. A maioria das marcas está presente nos Estados Unidos (46).
Exemplo disso é a rede Nutty Bavarian, de grãos torrados e glaceados, que após um ano de atuação em mercados como Tampa e Orlando, na Flórida, começou o licenciamento da marca The Magic Bavarian Nuts nos Estados Unidos e espera fechar esse ano com, no mínimo, 50 operações.
Mas antes de buscar mercados lá fora para abrir novas unidades, é preciso seguir alguns passos para que o processo seja bem-sucedido, de acordo com a advogada especialista em franchising Marina Bechtejew, sócia do escritório NB Associados.
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A internacionalização precisa ser organizada criteriosamente, a começar por uma análise prévia da realidade social, cultural, econômica e política de cada país, já que ela poderá proporcionar diferentes oportunidades de atuação ao empresário.
“Tais cautelas não excluem os riscos, mas ajudam a minimizá-los”, afirma Marina.
A seguir, confira as recomendações da advogada para cruzar as fronteiras no franchising:
1 – BUSQUE UM ESPECIALISTA
O primeiro passo é contar com auxílio profissional para providenciar a adequação do seu negócio no país de destino. Essa forma de expansão pode se dar por meio de master franquia, franquia direta e joint venture, entre outros modelos.
A Nutty, que começou com unidades próprias, agora está em busca de parceiros para acelerar o crescimento no exterior através de unidades licenciadas, de acordo com o presidente e cofundador Daniel Miglorancia. “Apostamos no interesse de brasileiros que queiram morar no país tocando um negócio já consolidado, contando inclusive com apoio em língua portuguesa”, afirma.
2 – FAÇA CONEXÕES LOCAIS
É preciso contratar um advogado local, que fará a conexão com o advogado de sua confiança. Essa contratação é importante pois cada país tem uma legislação específica que deve ser respeitada.
“No Brasil, por exemplo, a lei exige que a franqueadora entregue a circular de oferta de franquia aos candidatos a franqueados”, diz Marina.
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3 – INFORMAÇÃO QUE FAZ A DIFERENÇA
Originalmente americana, a Nutty Bavarian, trazida há 20 anos no Brasil, voltou para o mercado de origem com a marca recém-licenciada, mas levando o modelo de franquia e o design diferenciado dos quiosques desenvolvidos por aqui.
Apesar de contar com suporte da matriz, a rede continuará responsável pela gestão de produtos e funcionários na operação internacional. Assim, parece fácil iniciar o processo, mas quem não tem o mesmo suporte deve buscar informações sobre a situação da marca no país em que deseja se expandir antes de buscar a internacionalização.
No Brasil, a consulta é feita no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). "Se não há impedimento, o empresário pode providenciar o registro no país onde quer atuar", diz Marina.
4 – CONHEÇA O MERCADO
É fundamental avaliar bem e estudar o mercado consumidor onde pretende abrir a franquia, já que, se for necessário, será importante ajustar produtos e serviços para se adequar ao país pretendido.
No caso da Nutty Bavarian, desde 2016 a marca conta com desenvolvedores de área nos Estados Unidos para levar o conceito original de fabricação e venda de nuts glaceados para um modelo focado no consumo em shoppings e aeroportos, diferente do que existia por lá.
“Desde então, inauguramos seis unidades e tivemos tempo para formatar toda a operação, que envolve da prospecção de interessados à escolha do local”, diz Miglorancia.
5 – NA PONTA DO LÁPIS
Como em qualquer negócio, é necessário fazer uma avaliação prévia dos custos, com os valores necessários para dar suporte à rede, com produtos e matéria-prima –incluindo os que dependem de exportação. Essa avaliação auxilia, inclusive, na definição da melhor forma de ampliação e escolha de fornecedores, ou seja, se serão parceiros locais ou não.
6 – E OS PAGAMENTOS?
Avaliar como será feita a remessa dos pagamentos feitos pelo franqueado. No Brasil, para que haja remessa dos royalties para franqueadores internacionais, o contrato deve ser averbado junto ao INPI e depois registrado no Banco Central.
7 – UNIÃO QUE FAZ A FORÇA
Não fique isolado: outro ponto importante é se associar a alguma entidade local de apoio ao franchising. No Brasil, a advogada recomenda filiação à ABF.
FOTOS: Thinkstock/Divulgação NB Associados