Varejo de São Paulo inicia ano com queda nas vendas
Nos primeiros quinze dias do ano as vendas recuaram 6,6% na comparação com a primeira quinzena de janeiro de 2016. A queda ficou dentro da normalidade, segundo a ACSP
Após registrarem em 2016 o pior resultado em mais de 20 anos, os varejistas da cidade de São Paulo esperam por dias melhores. É muito cedo para projetar o desempenho das vendas para este ano, mas nos primeiros quinze dias de 2017, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o resultado ficou dentro da normalidade para o período.
Na primeira quinzena de janeiro, as vendas recuaram 6,6% na comparação com igual período do ano passado. Longe de ser um resultado positivo, ele ao menos mostra a continuidade na tendência de redução das quedas iniciada na segunda metade de 2016. Na primeira quinzena de janeiro de 2016 a queda havia sido de 8,8%, ante 2015.
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“Embora as vendas ainda estejam no campo negativo, a expectativa é que a intensificação dos cortes na Selic ajude no processo de recuperação gradativo do varejo nos próximos meses”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comercias do Estado de São Paulo (Facesp).
A queda de 6,6% na quinzena é uma média do recuo de 2,5% nas vendas a prazo - que costumam ser de maior valor - e de 10,7% nas vendas à vista. Estas tiveram uma queda maior por causa do êxodo do paulistano, que nesta época do ano está em viagem para o litoral e interior, explica Emílio Alfieri, economista da ACSP.
Mas segundo ele estão dentro da média dos últimos anos. No ano passado, as vendas à vista recuaram 11,8% nesse período.
Além disso, Alfieri diz que o resultado das vendas a prazo costuma ser melhor porque no início de janeiro o varejo costuma fazer promoções para esvaziar os estoques. “Essas promoções ajudaram na venda de celulares, climatizadores e eletroportáteis em geral”, diz o economista da ACSP.
Mas Alfieri ressalta que produtos de maior preço, como eletrodomésticos e móveis, que normalmente demandam parcelamentos mais longos, não estão vendendo.
Já na comparação entre meses, as vendas gerais do varejo paulistano recuaram 37,4% entre a primeira quinzena de dezembro de 2016 e a de janeiro de 2017. O resultado está dentro da normalidade para o período, já que as vendas do Natal tornam a base de comparação com dezembro injusta.
Nos últimos três anos, segundo Alfieri, a média da queda nessa mesma comparação é de 35,8%.
Fragmentando o resultado de 37,4% da variação mensal, encontra-se uma queda de 31,9% para as vendas a prazo e de 42,9% nas vendas à vista.