Consumidores de baixa renda estão mais confiantes
De acordo com a Associação Comercial de SP, que fez o levantamento, a queda dos preços dos alimentos no ano passado melhorou o poder de compra do consumidor, o que melhorou sua confiança
A confiança do consumidor das classes D e E cresceu em janeiro deste ano, verificou a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a partir do Índice Nacional de Confiança (INC).
O indicador passou de 71 pontos em dezembro para 78 pontos neste mês, beneficiado pela menor inflação em quase 20 anos registrada no ano passado, afirma a ACSP.
O INC mede a confiança dos consumidores numa escala de zero a 200, em que a marca de 100 pontos delimita a fronteira entre otimismo e pessimismo.
No País como um todo, a variação do indicador ficou dentro da margem de erro de três pontos, passando de 74 pontos em dezembro para 77 pontos em janeiro.
Na classe C, o INC passou de 76 para 78 pontos na mesma base de comparação, enquanto, nas classes A e B, grupo mais cauteloso e único abaixo da média nacional, o indicador passou de 67 pontos para 70 pontos em janeiro, revela a ACSP.
"A queda consecutiva dos preços dos alimentos no ano passado melhorou o poder de compra do consumidor brasileiro e permitiu ganhos reais de salários pelas correções baseadas nas taxas anteriores. Para a população de menor renda, o impacto foi maior, visto que ela é mais sensível à oscilação dos preços destes produtos, que pesam mais em seu orçamento doméstico", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP, para quem a melhora gradual do emprego também sustenta a alta da confiança.
Para 2018, Alfieri avalia que a safra agrícola menor e os primeiros dados sobre o comportamento dos preços neste ano podem pesar sobre a trajetória de melhora da confiança do consumidor.
Por outro lado, o INC de janeiro aponta uma melhora da percepção do brasileiro em relação ao emprego, afirma a ACSP.
"Nos últimos três meses, caiu a insegurança no emprego. Em novembro de 2017, 65% dos entrevistados estavam inseguros; em dezembro, eram 62%; e em janeiro de 2018 eram 58%", ressalta a associação. Já a média de pessoas conhecidas dos entrevistados que estavam desempregadas era de 5,11 em dezembro e teve leve melhora em janeiro, passando para 5,09.
REGIÕES
No País, a região Sudeste apresenta o maior patamar de confiança no INC, com 83 pontos em janeiro e alta de 9 pontos antes o mês anterior.
"Como é a mais urbanizada do País, a região tem se beneficiado da retomada da indústria e do emprego", diz Alfieri. No Nordeste, o indicador passou de 67 pontos no mês passado para 73 pontos em janeiro; no Sul, houve queda, de 93 pontos para 80 pontos; no Centro-Oeste, o indicador ficou estável em 65 pontos.
O INC é encomendado pela ACSP ao Instituto Ipsos e é elaborado a partir de 1,2 mil entrevistas pessoais e domiciliares em 72 municípios de todas as regiões do País.
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