Vendas do varejo sobem 1,2% em maio ante abril, diz IBGE
Foi o quinto mês seguido de crescimento, levando o setor a acumular alta de 5,6% no ano
As vendas do comércio varejista subiram 1,2% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira, 11/7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com maio de 2023, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 8,1% em maio de 2024.
As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 5,6% no ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior. Em 12 meses, houve alta de 3,4%. Quanto ao varejo ampliado - que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício -, as vendas subiram 0,8% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal.
Na comparação com maio de 2023, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 5,0% em maio de 2024. As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 4,8% no ano e aumento de 3,7% em 12 meses.
PATAMAR RECORDE
Após a alta de 1,2% no volume vendido em maio ante abril, o varejo alcançou novo patamar recorde na série histórica do IBGE. Já o varejo ampliado está em nível 0,5% aquém do ápice registrado em agosto de 2012.
O avanço de maio foi o mais acentuado desde janeiro, quando foi registrado um crescimento de 1,9%. As vendas completaram cinco meses seguidos de crescimento. "O último resultado negativo foi em dezembro de 2023 (-0,7%). A última vez que o varejo teve cinco resultados positivos seguidos só foi acontecer lá em 2020, logo depois do choque da pandemia", apontou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE. "É um resultado bastante forte do comércio varejista neste ano de 2024 até aqui."
O desempenho positivo dos últimos meses é puxado, sobretudo, pelos supermercados e farmacêuticos. Ambas as atividades também funcionam no ápice de suas séries históricas. Os supermercados acumularam um ganho de 2,6% nos dois últimos meses de avanços seguidos, enquanto os farmacêuticos acumulam uma expansão de 12,6% em quatro meses de avanços consecutivos.
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício, o aumento de 0,8% no volume vendido em maio ante abril sucedeu uma perda de mesma magnitude (-0,8%) vista no mês anterior.
RIO GRANDE DO SUL
Em meio ao desastre climático que afetou o Rio Grande do Sul, a aquisição de produtos para doações e as compras emergenciais elevaram o volume vendido pelo comércio varejista na região em maio ante abril, afirmou Cristiano Santos.
As vendas no varejo cresceram 1,8% no Rio Grande do Sul na variação mensal, desempenho acima da média nacional (1,2%). "Supermercado teve efeito de compras emergenciais", explicou Santos. "Teve doações e também uma demanda maior. As pessoas que vão ao mercado vão fazer compras sabendo que pode ter algum desabastecimento", completou.
O resultado local foi impulsionado pelos ramos de supermercados, vestuário e calçados e móveis e eletrodomésticos, embora tenha sido registrado aumento também em artigos farmacêuticos. "Teve efeito de doações que foram efetivadas no Estado, e isso acaba se espalhando um pouco também, tem esse efeito nos outros Estados, mas esse é mais difícil de mensurar", disse.
Já as vendas no varejo ampliado recuaram 2,8% no Rio Grande do Sul em maio ante abril.
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