Venda de livros cai mais de 10% no Brasil em fevereiro
O preço médio acima da inflação e a bibliodiversidade em queda ajudam a explicar o desempenho ruim
A venda de livros caiu 12,93% em volume e 7,61% em faturamento entre os dias 30 de janeiro e 26 de fevereiro - que compreende o segundo período do ano para o Painel do Varejo de Livros no Brasil.
O levantamento, feito pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), compara o desempenho atual com o do mesmo período de 2022 (31/1 a 27/2), quando o mercado editorial começava a se recuperar do baque da pandemia.
Neste segundo período de 2023, foram vendidos 4,03 milhões de livros, o que gerou uma receita de R$ 194,88 milhões. Em 2022, foram comercializados, nesta mesma época, 4,63 milhões de exemplares, que renderam às editoras R$ 210,94 milhões.
Quando se olha o acumulado de 2023, a variação também é negativa em relação ao começo do ano anterior. A queda é de 8,82% em volume e de 2,34% em faturamento. Desde o começo do ano, foram vendidos 9,27 milhões de livros e o faturamento ficou em R$ 458,72 milhões. Em 2022, os números foram 10,16 milhões de exemplares e R$ 469,72 milhões de faturamento.
O preço médio acima da inflação e a bibliodiversidade caindo em quase dois dígitos, além do cenário macroeconômico, são alguns dos fatores apontados pelo levantamento para explicar o desempenho.
"Ainda é cedo para estabelecermos uma tendência de médio prazo, mas será fundamental que o PIB apresente sinais de crescimento sustentado", disse Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
IMAGEM: Andrei Bonamin/DC