Vem aí carne produzida em laboratório
A farmacêutica alemã Merck e a suíça Bell Food Group investiram US$ 8,8 milhões na holandesa Mosa Meat, uma startup que pretende produzir carne a partir de culturas de células animais
Empresas como a Mosa Meat ainda não começaram a vender seus produtos, mas a tecnologia já atraiu investimentos de companhias como Cargill e Tyson Foods.
A Mosa Meat é comandada por Mark Post, um fisiologista da Universidade de Maastricht que apresentou o primeiro hambúrguer de laboratório em 2013, e Peter Verstrate, um técnico de alimentos na universidade.
O protótipo teve um custo de desenvolvimento de US$ 330 mil, mas o projeto incentivou Post a criar a companhia, que já recebeu investimento do cofundador do Google Sergey Brin.
Fabricantes iniciam o processo isolando células de bovinos, suínos ou frangos que têm a capacidade de se regenerar.
Essas células são depois colocadas em grandes tanques biorreatores e recebem oxigênio e nutrientes como açúcar e minerais, e podem se transformar em tecido muscular esquelético depois de algumas semanas.
A Administração de Alimentos e Medicamentos e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos ainda estão discutindo como será a supervisão regulatória dessa tecnologia.
A carne feita com culturas de células vem gerando polêmica nos EUA, onde grupos de pecuaristas querem que as palavras "carne" e "carne bovina" sejam usadas apenas para se referir ao produto cortado de animais.
Alguns defensores da tecnologia acreditam que ela vai substituir uma parte significativa da indústria tradicional de carnes ao longo do tempo.
Frigoríficos dizem que esta é uma forma suplementar de oferecer carne bovina, suína e de frango a uma população mundial cada vez maior.
A Mosa Meat está pesquisando locais para construir uma unidade piloto de produção, disse Post, acrescentando que pretende fornecer seus produtos para restaurantes na Europa em 2021, pelo preço de aproximadamente US$ 10 por hambúrguer.
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