Varejo mundial deve desacelerar

Relatório da Deloitte que lista os 250 maiores varejistas globais traz preocupações relacionadas ao coronavírus e à diminuição dos gastos dos consumidores

Renato Carbonari Ibelli
20/Fev/2020
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As perspectivas para o varejo mundial são incertas. Os recentes problemas de abastecimento decorrentes do coronavírus, que ainda estão sendo computados, e a pressão sobre os preços, em parte decorrente da crise comercial entre China e Estados Unidos, começam a frear o consumo.

A 23º edição do relatório “Poderosos do Varejo Global 2020”, da Deloitte, projeta uma alta moderada no desempenho econômico mundial neste ano, destacando os gastos menores por parte dos consumidores.

Para o Brasil, o relatório aponta que a desaceleração de importantes parceiros comerciais, em especial a China, impede um maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo com uma agenda de governo considerada positiva, com cortes na taxa básica de juros (Selic) e a aprovação da reforma da Previdência.

Nesse cenário, o varejo brasileiro, segundo o estudo da Deloitte, tem crescido timidamente, impulsionado pela demanda por conveniência do consumidor, cada vez mais interessado no e-commerce. A adoção de estratégias omnichannel (ações que integram varejo físico e on-line) pelo varejo do país tem mostrado bons resultados, segundo o relatório.

O Magazine Luiza é exemplo dessa estratégia. A empresa brasileira aparece na 238 ª posição entre os 250 maiores varejistas do mundo listados pela Deloitte. Foi uma das empresas que mais cresceu na América Latina e esse resultado foi atribuído à abertura de 100 novas lojas físicas acompanhada do fortalecimento dos seus serviços de e-commerce, que representam 35,7% das vendas da empresa.

A 23ª edição da pesquisa global da Deloitte foi elaborada com base em dados do ano fiscal de 2018.

PELA PRIMEIRA VEZ

A Via Varejo, que administra Casas Bahia e Pontofrio, aparece pela primeira vez entre os 250 maiores varejistas mundiais. Passou a ser a melhor brasileira ranqueada ao se colocar na 143ª posição.

Em 2018, ano usado de base para o levantamento, a Via Varejo atingiu receita de US$ 7,3 bilhões.

Também aparecem no ranking a Lojas Americanas S.A. (211ª) e a RaiaDrogasil S.A. (239ª), totalizando quatro companhias brasileiras entre as maiores do mundo.

O QUE OS MAIORES DO MUNDO ESTÃO FAZENDO

O Walmart continua como a maior varejista global, com receita de US$ 514,4 bilhões consolidada pelos recordes de vendas em suas lojas nos Estados Unidos.

A empresa focou no comércio eletrônico como parte de sua estratégia omnichannel, investindo US$ 5,4 bilhões nos seus canais digitais - o que levou a um forte crescimento de suas vendas pelos canais digitais.

Para enfrentar o avanço de outros varejistas, o Walmart ampliou sua estratégia de clique e retire, por meio da qual o consumidor compra on-line e retira a mercadoria na loja física.

Em 2018 o varejista adquiriu a Eloquii, empresa de vestuário plus size, e vendeu 80% de sua participação em seus negócios brasileiros para a Advent.

Outra varejista mundial que se destacou no levantamento da Deloitte foi a Amazon, que subiu da quarta para a terceira posição no ranking das 250 maiores.

A empresa atribuiu seu crescimento a maiores vendas na América do Norte e na Alemanha, o impacto da aquisição do Whole Foods Market e o esforço da empresa em reduzir preços.

Em 2018, a Amazon também comprou a farmácia on-line PillPack, em um negócio no valor de US$ 753 milhões, marcando sua entrada no mercado de saúde com receita médica.

FATURAMENTO GLOBAL

A receita agregada das 250 maiores empresas globais do varejo foi de US$ 4,74 trilhões no ano fiscal de 2018.

A lista das dez principais companhias continua dominada por empresas americanas. Essas empresas do topo do ranking apresentam operações globais, na média, em 13 países, sendo que a média geral para as 250 é de presença em 10 países.

 

IMAGEM: Thinkstock

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