Um novo tempo para eleições: a revolução da IA no cenário político

A confiança do eleitor está em jogo, e a capacidade de distinguir entre fato e ficção será crucial para manter a integridade do processo eleitoral

Elton Monteiro
09/Set/2024
Empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA
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Um novo tempo para eleições: a revolução da IA no cenário político

Estamos entrando em uma nova era para as eleições, impulsionada pela ascensão da Inteligência Artificial (IA). As eleições atuais e as que estão por vir já demonstram sinais dessa transformação.

A IA está mudando a forma como campanhas políticas são conduzidas, oferecendo novas ferramentas para análise de tendências e dados, mas também apresentando desafios éticos e práticos que nunca enfrentamos antes.

A capacidade de analisar tendências e dados em larga escala é uma das grandes vantagens que a IA traz para o cenário eleitoral. Campanhas que dominam essas tecnologias têm uma vantagem estratégica inegável.

Com a IA, é possível processar um volume imenso de informações em tempo real, entender melhor o comportamento dos eleitores, prever mudanças de opinião e ajustar mensagens de campanha com uma precisão que antes era inimaginável.

Embora a análise de dados sempre tenha sido parte das campanhas, mesmo nas estratégias off-line, a quantidade de dados disponíveis hoje — e a capacidade de processá-los com IA — tornam esse processo não apenas estratégico, mas essencial para qualquer campanha que deseja ser competitiva.

No entanto, ao lado dessas oportunidades, surgem novos desafios. A produção de deepfakes, por exemplo, representa uma nova ameaça para a integridade das eleições.

Deepfakes são vídeos ou áudios criados com IA que parecem extremamente reais, mas são ompletamente falsos. Eles podem ser usados para criar cenários que nunca existiram ou para destruir a reputação de concorrentes políticos.

Embora a manipulação de informações e a criação de narrativas falsas não sejam novas na política — algo que sempre foi feito de forma sorrateira —, a capacidade de fazer isso de maneira tão convincente e em grande escala é um desenvolvimento recente. 

Um exemplo desse fenômeno ocorreu durante a campanha presidencial dos Estados Unidos, envolvendo a vice-presidente Kamala Harris. Um vídeo de campanha mostrava uma multidão vibrando com sua chegada em um aeroporto, mas rapidamente surgiu a dúvida: era um vídeo real, ou um deepfake bem elaborado?

Esse episódio gerou debates acalorados na internet por vários dias, destacando a dificuldade crescente de distinguir entre o que é real e o que é produzido por IA. 

À medida que avançamos para futuras eleições, essa será uma das principais questões: como saber o que é autêntico e o que é fabricado? 

A IA oferece ferramentas poderosas tanto para a verdade quanto para a desinformação, e as campanhas precisarão navegar por esse novo cenário com cuidado e responsabilidade.

A confiança do eleitor está em jogo, e a capacidade de distinguir entre fato e ficção será crucial para manter a integridade do processo eleitoral. 

IMAGEM: Canva

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