Sociedade conectada: qual o impacto da tecnologia no seu dia a dia?
Pesquisa da empresa de telecomunicações Ericsson traça tendências de tecnologias para 2019, ano em que assistentes virtuais, como Alexa e Siri, terão cada vez mais poder na vida dos consumidores
Mais rápido, mais barato e mais conveniente. É assim que o consumidor deseja os benefícios da tecnologia para a sua vida.
Para entender o impacto das inovações e as expectativas dos usuários, a empresa de telecomunicações Ericsson lançou a oitava edição do Relatório Anual de Tendências.
O estudo apresenta previsões de 34 milhões de early technology adopters (como são chamadas as pessoas que começam a usar uma tecnologia assim que ela se torna disponível).
Há reflexões sobre inteligência artificial, realidade virtual, 5G e automação.
“Imagine um smartphone realmente consciente não apenas do que você faz, mas também do que você é”, diz Micnós hael Björn, líder de pesquisas para o Ericsson Consumer & IndustryLab e principal autor do relatório. “Hoje, a inteligência artificial já pode entender sua personalidade só olhando nos seus olhos”.
Neste cenário de fascínio e choque frente às novas tecnologias, os consumidores podem ter emoções conflitantes.
Quase metade dos consultados acreditam que a internet substituiu, para melhor ou pior, muitos prazeres simples da vida. Além disso, 42% afirmam que a internet precisa ser mudada fundamentalmente para ser uma força para o bem da sociedade.
Veja algumas das tendências apresentadas na pesquisa:
AWAREABLES
Imagine o quanto de informações seu smartphone pode ter sobre você. Por meio do sinal de GPS, por exemplo, é possível mapear as ruas pelas quais você passa diariamente. A câmera pode registrar o que você vê. E o microfone capta tudo o que você fala e os sons ao redor.
E o que acontecerá quando todas essas informações forem varridas e analisadas por sistemas de Inteligência Artificial? Nosso celular poderá nos entender melhor do que nossos melhores amigos.
Num período de três anos, 60% de usuários de assistentes virtuais, como Alexa, Cortana e Siri, acreditam que os dispositivos poderão perceber nosso humor.
Dessa forma, a tecnologia poderá atuar, espontaneamente, de acordo com situações – e não por comandos. Assim, notificações de redes sociais ou propagandas, por exemplo, poderão ser silenciadas enquanto você está ocupado – o que mina a comunicação entre marcas e consumidor.
DISCUSSÕES INTELIGENTES
Os assistentes virtuais estão com tudo. Até mesmo poderão ser motivo de "discórdia" dentro de casa. Para 47% dos usuários, numa residência com assistentes de diferentes marcas, como Apple, Microsoft e Amazon, cada dispositivo dará respostas diferentes para as mesmas perguntas.
Ao mesmo tempo, os assistentes poderão discutir entre eles para defender suas posições. Quem sairá ganhando será o usuário, que poderá contar com diferentes análises para tomar decisões.
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APLICATIVOS ESPIÕES
Como falado anteriormente, os smartphones podem coletar muitos dados dos usuários. Nesse cenário turvo, a desconfiança tem aumentado. Quem nunca se deparou com publicidade online de um produto pesquisado horas antes.
Dessa forma, a sensação que fica é que estamos sendo constantemente vigiados e, consequentemente, manipulados.
Cerca de 52% dos consumidores acreditam que os aplicativos populares coletam mais dados do smartphone do que o necessário para obterem lucros. Dessa forma, os consumidores tentam evitar empresas que fazem coleta de dados indiscriminadamente.
Como resultado, 59% dos consumidores afirmam que precisamos de princípios globais de proteção de dados pessoais.
CONSUMO SEM TOQUE
Fechar um pacote de viagem ou comprar um presente de aniversário para o filho é um momento em que consumo e prazer se fundem.
No entanto, repor itens básicos da geladeira e lavandeira pode ser uma atividade bem menos estimulante.
Hoje, as pessoas estão almejando novas tecnologias para automatizar tarefas chatas.
Quase metade dos usuários de assistentes virtuais gostaria de automatizar o reabastecimento de produtos genéricos para o lar.
Automatizar as finanças, incluindo declarações fiscais, é desejo de 55% dos consumidores.
O consumo sem intervenção humana pode se popularizar em breve. No Brasil, já há iniciativas que trilham esse caminho.
A Home Refill vende itens de limpeza, higiene e alimentação pela internet.
Após montar seu primeiro carrinho de compra, o consumidor pode programar entregas mensais sem ter que acessar o site novamente.
INTERNET DAS HABILIDADES
Hoje, muitas pessoas possuem dificuldades para fazer atividades triviais que antes dominavam. Tente, por exemplo, desbravar uma rota nova de carro sem auxílio do GPS.
Acontece que com a popularização da Realidade Virtual e Realidade Aumentada, a internet vai entrar literalmente no mundo físico. Mais de 50% dos usuários das tecnologias querem aplicativos, óculos e luvas que ofereçam orientação virtual para tarefas práticas e cotidianas, como cozinhar ou executar reparos.
A inovação já é usada na indústria. A Volkswagen utiliza realidade aumentada para guiar funcionários dentro de suas plantas e os orientar para realizar manutenção de máquinas, inspeções e reposição de estoque.
A ERA DO 5G
Cerca de 20% dos usuários de smartphones acreditam que o 5G melhorará a conexão de dispositivos IoT, como eletrodomésticos e serviços públicos.
A chegada do 5G (quinta geração de internet móvel) tem sido esperada ansiosamente pelos consumidores e empresas do mundo inteiro. É não é apenas uma questão de downloads mais rápidos.
Acontece que o 5G poderá sustentar um futuro em que trilhões de dispositivos estarão permanentemente conectados à rede, como drones, carros autônomos, lâmpadas e diversos equipamentos eletrônicos de sua própria casa. A automação chegará a um nível totalmente novo.
Um em cada cinco consumidores acredita que o 5G vai melhorar uma enorme lista de dispositivos de Internet das Coisas (IOT), como contadores de eletricidade, gás e água, assim como geladeiras, fogões e máquinas de lavar.
IMAGEM: Pixabay