Ritmo da produção industrial deve desacelerar neste início de ano
O crescimento será afetado pelo fim do auxílio emergencial, a proximidade da conclusão do ajuste de estoques e a redução da confiança dos empresários
A expansão mais intensa da indústria em dezembro contribuiu para amenizar a contração observada em 2020. Os economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) acreditam que a retomada do setor prossiga no primeiro trimestre do ano, impulsionada pelo impacto positivo da vacinação, porém, em um ritmo menor.
O que pesa na desaceleração esperada para o ritmo da indústria é o fim do auxílio emergencial, a proximidade da conclusão do ajuste de estoques e a redução da confiança dos empresários industriais no primeiro mês do ano.
Em dezembro, a produção industrial cresceu 0,9% em relação a novembro, livre de efeitos sazonais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ante expectativa de queda, configurando a oitava alta consecutiva.
Na comparação com o mesmo mês de 2019, houve alta de 8,2%, que surpreendeu ao intensificar a tendência de retomada, iniciada em setembro. Essa tendência, contudo, apesar de não ter evitado a contração anual do setor, que alcançou a 4,5%, contribuiu para atenuá-la.
A recuperação da atividade industrial se explicaria pelo nível reduzido dos estoques, pela maior confiança dos empresários do setor e pelo efeito positivo do auxílio emergencial sobre as compras de manufaturados, também beneficiadas pelo redirecionamento da demanda por serviços, em função da pandemia e do isolamento social.
No contraste com dezembro de 2019, todas as quatro categorias de uso consideradas na pesquisa do IBGE mostraram crescimento, principalmente no caso de bens de capital, com destaque para equipamentos para agricultura e construção civil, e de bens de consumo duráveis, especialmente veículos e eletroeletrônicos.
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