Resultados da indústria mostram tendência de contração no setor
Segundo economistas da ACSP, as desonerações sobre combustíveis e energia, somadas ao pacote de auxílios, podem amenizar essa trajetória
A atividade industrial segue com restrições, tanto do lado da oferta como por parte da demanda doméstica. A perspectiva para os próximos meses, segundo a equipe de economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), é de baixa, em decorrência da continuidade da guerra na Ucrânia e da alta de juros nas economias desenvolvidas, que deverão desacelerar as exportações desse setor.
Por outro lado, a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI), além do pacote de auxílios governamentais e a desoneração fiscal sobre combustíveis e energia elétrica, poderiam amenizar a tendência anterior.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho, a produção industrial exibiu alta, em relação a junho, de 0,6%, e quedas de 0,5% e 3,0%, nas comparações com o mesmo mês de 2021 e no acumulado de 12 meses, respectivamente.
A queda anual poderia ser explicada, em parte, pela existência de um dia útil a menos, mas, em conjunto com o recuo mais intenso registrado nos últimos 12 meses, sinalizaria a continuidade da trajetória de contração da atividade do setor.
Essa tendência é decorrente, pelo lado da oferta, da falta de insumos (principalmente semicondutores) e do maior custo das matérias primas, e pelo lado da demanda, em função da menor renda e do crédito mais caro e escasso.
Ainda no comparativo anual, os resultados por categorias de uso foram mistos, com crescimento de 0,8% de bens semiduráveis e não duráveis, com destaque positivo para petróleo e biocombustíveis, alimentos e bebidas. Por sua vez, houve contração de bens duráveis, com redução da produção de eletroeletrônicos e móveis, e de bens de capital, a principal influência negativa, que mostrou retração nos equipamentos utilizados em transporte, agricultura e indústria.
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